Por Amanda Pupo
Brasília, 02/06/2022 - A EAF, entidade que administra a limpeza de faixas para a ativação do 5G, vai propor neste mês um cronograma de datas de liberação do sinal em cada capital brasileira. O calendário deve ser apresentado ao Gaispi, grupo da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), no próximo dia 15. A sugestão já irá considerar o prazo adicional de 60 dias que as operadoras terão para começar a rodar a tecnologia nas capitais, extensão proposta pelo Gaispi em maio, aprovada nesta quinta-feira, 02, pelo conselho da Anatel. "Cada capital vai ter seu cronograma, vão ser levadas em consideração diversas variáveis", disse ao Broadcast o presidente da EAF, Leandro Guerra.
Com o período adicional concedido, as operadoras deverão disponibilizar o 5G nas capitais até o fim de setembro. No entanto, Guerra acredita que a EAF será capaz de liberar "muitas capitais" para que o sinal seja ativado pelas empresas até o fim de julho - prazo original concedido no edital de leilão do 5G. "Até porque a rede 5G está bem desenvolvida. Não digo que é virar uma chave, mas algumas capitais estão bem avançadas. Então suponha que a EAF consiga liberar algumas capitais em 15 de julho, em 15 dias tenho convicção de que as operadoras vão conseguir ativar o sinal. Nós procuramos antecipar o máximo que puder nessas capitais", disse o presidente da EAF.
Entre as variáveis que serão levadas em conta para a definição do cronograma de liberação das faixas em cada cidade estão a quantidade de filtros contra interferência de sinal e de kits para migração da TV parabólica para a banda KU que cada capital irá demandar, a logística local e o tamanho da população. "A proposta está sendo construída", observou Guerra.
Se existem capitais mais preparadas para o 5G ser ativado rapidamente, também estão no radar da EAF "uma ou outra" cidade em que a liberação da faixa é mais desafiadora, inclusive para cumprir a meta de 29 de agosto. A vulnerabilidade se dá em razão da maior demanda de proteção a interferências para as estações satelitais terrenas (FSS) em algumas localidades. "Mas mesmo para esses casos estamos estudando soluções de engenharia", afirmou o presidente da EAF.
Guerra também disse esperar que todos os equipamentos necessários para a limpeza da faixa, como os filtros e os kits para migração da TV, sejam recebidos entre fim de julho e início de agosto. Foi o fato de o mercado não dispor imediatamente da quantidade de aparelhos necessária que motivou a concessão de prazo adicional para o 5G rodar nas capitais. Como mostrou o Broadcast, a questão mais complexa está relacionada ao funcionamento das estações profissionais, que operam em duas classes, superior e inferior a 3,8 GHz. Em consulta feita ao mercado, a EAF recebeu informações de que uma parcela dos aparelhos para proteger a interferência dessas estações não poderia ser entregue até 30 de junho.
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