Economia & Mercados
14/06/2018 16:57

KLM pretende oferecer voos diários a partir de Fortaleza em breve, diz CEO


O primeiro mês do hub de Fortaleza tem agradado as aéreas responsáveis pelas operações, o grupo Air France-KLM e a brasileira Gol. A movimentação tem sido tão positiva que a holandesa KLM estuda seguir o movimento iniciado por sua sócia francesa e aumentar, "em breve", o número de voos entre a capital cearense e a Europa. "Se continuar como vemos hoje, poderemos ter voos diários em breve", disse ao Broadcast (serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado) o CEO da companhia Pieter Elbers, durante a 74ª reunião da Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata, na sigla em inglês).

Desde o início de maio, o hub recebe três voos semanais da KLM e dois voos semanais da Air France, operados por sua subsidiária de baixo custo (low cost) Joon. Mas em abril, antes mesmo de o hub ser inaugurado, a companhia francesa anunciou um aumento das frequências: a partir de outubro, serão três voos semanais entre Paris e Fortaleza. O presidente da KLM demonstra esse mesmo entusiasmo com o novo mercado e menciona a "sincronia única" encontrada pelas companhias para levar adiante o projeto do hub. Foi a primeira vez que três aéreas iniciaram, simultaneamente, uma operação conjunta.

Segundo Elbers, "não há novas cidades no nosso radar agora". Fortaleza é o terceiro destino servido por voos diretos da KLM no Brasil. A companhia opera ainda sete voos semanais entre Amsterdã e São Paulo e Rio de Janeiro.

De acordo com o executivo, a falta de um acordo de céus abertos ("open skies", em inglês) entre Brasil e Holanda não é um foco de preocupação no momento. "Poderíamos ter o acordo, mas não faria grande diferença em comparação com o que temos hoje. O ambiente atual é bom, o governo brasileiro tem dado apoio e sido muito positivo para nossas operações", diz.

Sobre as relações com a Gol, o presidente da KLM destaca que a brasileira tem sido fundamental para os planos de crescimento da companhia no País. Com uma forte parceria local, a holandesa consegue distribuir seus passageiros pelo Brasil e alcançar destinos que não sustentariam operações diretas.

Elbers não comenta, porém, se há interesse da Air France-KLM em aumentar sua participação acionária, hoje de 1,5%, na Gol. "Mas poderíamos aumentar nossa participação, que é relativamente limitada, mesmo sem ajustes regulatórios", diz o executivo, se referindo às propostas no legislativo para alterar o limite de capital estrangeiro em companhias aéreas.

Os anos de recessão brasileira foram difíceis para as operações da KLM no País e a saída da crise tem se mostrado, de certa forma, "frágil", conforme Elbers. Entretanto, ele salienta que dados de tráfego aéreo mostram tendência positiva há mais de um ano e que características estruturais do mercado brasileiro o tornam atrativo. "O potencial do Brasil para ser um hub da aviação na América do Sul é enorme, é um país grande, tem a maior economia e muito potencial para desenvolvimento", conclui.

*A jornalista viajou a convite da Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata, na sigla em inglês)
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