Economia & Mercados
15/10/2020 10:42

BC: testes de estresse indicam que bancos possuem capacidade de absorção de perdas


Por Fabrício de Castro e Eduardo Rodrigues

Brasília, 15/10/2019 - O Relatório de Estabilidade Financeira (REF), divulgado hoje pelo Banco Central, destaca que o teste de estresse para estimar os efeitos da pandemia de covid-19 nos agentes da economia real continuou demonstrando “impacto expressivo”, mas menor que o verificado no documento anterior, de abril.

Os testes de estresse realizados pela autoridade monetária consideram variações conjuntas de fatores como PIB, nível de emprego, inflação, taxa de juros e taxa de câmbio, além da análise de sensibilidade de riscos de crédito, juros, câmbio e desvalorização de imóveis.

“Os testes continuam indicando que o sistema bancário possui adequada capacidade de absorção de perdas em todos os cenários simulados, sem ocorrência de desenquadramentos relevantes”, informa o documento.

O teste de estresse específico sobre os impactos da pandemia de covid-19 foi atualizado no relatório de hoje, com alteração na seleção de empresas impactadas e adição dos trabalhadores com ocupações ou situações consideradas vulneráveis.

De acordo com o REF, a dívida das empresas mais impactadas pela covid-19, considerando o sistema bancário, o mercado de capitais e a dívida externa internalizada, totaliza R$ 1,1 trilhão, montante equivalente a 30% da dívida total das empresas não financeiras nas citadas fontes de financiamento. Já a dívida dos trabalhadores vulneráveis, por sua vez, soma R$ 0,2 trilhão, o que representa 11% da dívida das famílias junto ao SFN.

“O resultado desse estresse específico para a covid-19 indica que, numa situação extrema, as perdas relacionadas a empresas e trabalhadores vulneráveis exigiriam um aporte de R$ 35 bilhões, equivalentes a 3,5% do total do Patrimônio de Referência (PR) do SFN, para que todas as instituições cumprissem os limites mínimos regulamentares”, detalha o documento.

O BC ressalta que esse resultado demonstra um impacto 50% menor que o resultado publicado no REF anterior. Apesar da mudança metodológica, o fator que mais contribui para essa melhora foi a recuperação dos fluxos de recebimento de vários setores da economia até agosto de 2020, após a queda acentuada em abril e maio. “Esses resultados corroboram a capacidade do SFN para absorver os choques provenientes dos efeitos da pandemia, mesmo sob hipóteses severas”, concluiu o REF.

Contatos: fabricio.castro@estadao.com e eduardor.ferreira@estadao.com
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