Economia & Mercados
12/08/2022 12:18

Auren decide investir R$ 2,26 bi em mais dois projetos de geração renovável


Por Luciana Collet

São Paulo, 11/08/2022 - Perto de concluir a construção de seu complexo eólico Ventos do Piauí, previsto para estar 100% operacional em novembro próximo, a Auren Energia decidiu dar novos passos para seguir ampliando sua capacidade instalada. O conselho de administração da companhia aprovou hoje a execução de dois novos empreendimentos: "Sol do Piauí", primeiro projeto híbrido em escala comercial no País, e a usina solar Jaíba V. O investimento é estimado em R$ 2,26 bilhões nas duas usinas.

Os empreendimentos irão adicionar 548 MWac à capacidade instalada da Auren e 172 MW médios à garantia física da companhia, anunciou a empresa em seu release de resultados. Considerando o complexo eólico em fase final de obras e os novos projetos agora anunciados, a geradora de energia ampliará em 25,2% sua garantia física em relação aos atuais 1,464 gigawatts médios.

O projeto Sol do Piauí possui 48 MWac de capacidade será construído junto ao Parque Eólico Ventos do Piauí I, com sinergias operacionais de conexão ao sistema de transmissão, de operação e de manutenção do parque, explicou a empresa. A previsão de investimento nesse projeto é de R$ 255 milhões, com expectativa de entrada em operação comercial no terceiro trimestre de 2023.

Já o projeto Jaíba V, de 500 MWac de capacidade, será construído no município de Jaíba, em Minas Gerais. O investimento previsto em Jaíba V chega a R$ 2 bilhões, com expectativa de entrada em operação comercial no primeiro trimestre de 2024.

Segundo o vice-presidente de Finanças e Novos Negócios da Auren, Mario Bertoncini, a despeito da pressão de alta de diversos insumos, a companhia obteve um valor "bastante competitivo" de capex, da ordem de R$ 3,3 milhões por megawatt-pico (MWp). "Em relação ao nível pré-pandemia, de fato tem um ajuste. Mas esse projeto é diferente porque já tem uma parte da energia contratada e conseguimos um capex não tão alto como alguns outros (empreendedores) vêm relatando no mercado, então é um projeto que pra gente tem uma boa viabilidade", disse. Segundo ele, certa de 40% da energia dos projetos já está comercializada em contratos de longo prazo.

Aquisições

A decisão de investir em novos projetos do Pipeline da companhia ocorreu após a Auren ter perdido a disputa pelos ativos de geração da estatal gaúcha CEEE, que acabaram arrematados pela siderúrgica CSN. O diretor presidente da empresa, Fabio Zanfelice, afirmou que a geradora brigou pelo ativo "até onde a gente acreditava que agregava valor para a companhia". A Auren chegou a oferecer R$ 927,2 milhões, com deságio de 10,83%, mas a CSN apresentou lance maior, de R$ 928 milhões e venceu o leilão.

"Felizmente a gente teve a disciplina de saber que aquele era o nosso limite, a sensação é de dever cumprido porque depois o mercado reconheceu a disciplina da companhia em relação à alocação de capital, tivemos várias manifestações positivas em relação àquele evento, foi o primeiro leilão em que vi um perdedor sair tão comemorado quanto o vencedor", disse.

Ele reiterou que a Auren segue interessada e avaliando "ativamente" potenciais aquisições, especialmente de ativos de geração, não obstante a companhia já tenha sinalizado interesse em analisar uma potencial entrada em transmissão.

"(A companhia) tem capital para ser alocado, temos capacidade financeira para fazer emissões, mas tudo dentro da estrita disciplina e da diligência, para agregar valor aos acionistas, buscar taxas de retorno em linha com a expectativa de quem hoje detém ações da companhia", reforçou.

A geradora encerrou o segundo trimestre com uma alavancagem de 1,8 vez dívida líquida/Ebitda e caixa de quase R$ 3,5 bilhões, ante uma dívida bruta de consolidada de R$ 5,6 bilhões, com prazo médio de 7,4 anos.

Contato: Luciana.collet@estadao.com
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