Rio, 12/02/2019 - A demanda doméstica por bens industriais teve ligeiro aumento de 0,1% na passagem de novembro para dezembro de 2018, segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Apesar do freio registrado na reta final do ano, o Indicador Ipea de Consumo Aparente de Bens Industriais encerrou 2018 com um crescimento de 3%.
"Houve uma desaceleração no quarto trimestre, assim como ocorreu com o investimento", ressaltou Leonardo Mello de Carvalho, pesquisador do Grupo de Conjuntura do Ipea, em nota oficial.
No quarto trimestre, o consumo de bens industriais encolheu 2,1% em relação ao terceiro trimestre de 2018. Na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior, a queda foi de 0,3%.
O Indicador Ipea de Consumo Aparente de Bens Industriais calcula tudo que foi produzido pela indústria no País, mas não foi exportado, acrescidas as importações.
Em dezembro, a produção industrial líquida de exportações avançou 1,9% ante novembro, enquanto as importações recuaram 5%. No encerramento de 2018, a produção líquida de exportações subiu 1,2%, e as importações aumentaram 11%.
Entre as grandes categorias econômicas, o destaque foi o crescimento de 2,5% no consumo aparente de bens intermediários no ano passado. A produção interna de bens intermediários apurada pela Pesquisa Industrial Mensal - Produção Física do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) subiu apenas 0,4%.
"Esses números sugerem uma maior contribuição das importações para a atividade industrial", explicou Mello, na nota.
O indicador do Ipea mostrou também avanços relevantes em 2018 no consumo doméstico de bens de capital (14,6%) e de bens de consumo duráveis (7,9%).
(Daniela Amorim - daniela.amorim@estadao.com)
