Economia & Mercados
06/04/2022 16:02

Exclusivo: Brasilprev traz Moat, Kadima e Garde Paris e chega a 18 gestoras parceiras


Por Matheus Piovesana

São Paulo, 04/04/2022 - A Brasilprev, gestora de previdência privada do Banco do Brasil e da Principal, passa a contar com seis novas gestoras parceiras em sua plataforma, além de ampliar as parcerias com outras duas. A ampliação do leque de gestores externos - já são 18, ao todo - é parte da estratégia da companhia, líder do setor, de diversificar sua prateleira de produtos.

Entram para a prateleira da Brasilprev estratégias que incluem as gestoras Miles, Moat, Kadima Total, Brasil Capital, Indie e Garde Paris. Além disso, o escopo das parcerias com a Claritas Quant e com a JGP ESG crescerá.

"É necessário adicionar valor agregado para que o cliente consiga diversificar região, moeda, e um dos grandes veículos que a gente adotou para tentar buscar essa estratégia foi utilizar a plataforma aberta", disse ao Broadcast Jorge Ricca, diretor financeiro da Brasilprev.

Com mais de R$ 318 bilhões sob gestão e 2,4 milhões de clientes, a gestora tem uma confortável liderança no segmento. Abrir a plataforma foi uma forma de posicioná-la para novos tempos, de juros estruturalmente mais baixos e de concorrência mais acirrada.

"Caminhamos independentemente da concorrência", afirmou Sandro Bonfim, superintendente de produtos da Brasilprev. "Vimos claramente que alguns players nos últimos anos entraram mais forte em fundos com gestores independentes, mas já estávamos nos preparando para isso."

Hoje, cerca de 33% dos recursos sob gestão da companhia estão em fundos multimercado, ante 10% em 2020. Este salto é um dos frutos mais visíveis da primeira fase da estratégia, em que a Brasilprev buscou diversificar as opções de alocação para além dos fundos de renda fixa tradicionais. O passo dado agora inclui uma exposição maior à renda variável, através dos multimercados.

O foco são casas que pratiquem gestão ativa, ou seja, que não simplesmente tentam replicar carteiras e estratégias existentes. Na plataforma de produtos próprios, a Brasilprev conta com um fundo que aplica em ações de empresas estabelecidas, que geram forte caixa.

De acordo com Ricca, o novo movimento independe das condições atuais do mercado - embora o Ibovespa acumule alta de 16% em 2022, as incertezas com a guerra da Ucrânia e a inflação persistem. "Na Brasilprev, não falamos em curto prazo. Queremos ter uma plataforma completa, para disponibilizar ao cliente qualquer produto que ele queira buscar dentro da Brasilprev", comentou.

Ele reconheceu, entretanto, que a alta da taxa Selic, hoje em 11,75% ao ano, deve reduzir a velocidade de migração dos clientes para os fundos multimercado. "Os próximos movimentos tendem a ser muito mais marginais do que estruturais. O que aconteceu nos últimos dois anos foi um movimento estrutural, e por isso a magnitude dele", pontuou.

ESG e exterior

Um dos novos fundos, o JGP ESG 100 FIC Ações, é focado em empresas comprometidas com o conceito de sustentabilidade nas operações. De acordo com a Brasilprev, 20% da taxa de administração será destinada à Orquestra Sinfônica Brasileira.

Segundo Jorge Ricca, a gestora tem inclusive um veículo que compra ativos com característica carbono eficiente no exterior. "A gente tem ao redor de R$ 1 bilhão aplicado em ASG (práticas ambientais, sociais e de governança, chamadas de ESG em inglês), em fundos voltados a diferentes tipos de cliente, do private ao varejo. Essa estratégia é algo que a Brasilprev vem encampando desde 2019", afirmou.

Os investimentos no exterior, inclusive, estão entre as armas da gestora para diversificar produtos. Neste caso, a exposição é mais pulverizada, diferente dos investimentos "verdes", que ainda são mais populares no segmento de alta renda. Atualmente, cerca de R$ 7 bilhões dos recursos geridos pela companhia estão em ativos globais.

Contato: matheus.piovesana@estadao.com
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