Economia & Mercados
16/08/2018 11:13

Eleições 2018/economista/novo: do ponto de vista de princípio, não gostaria de ter nem 1 estatal


São Paulo, 16/08/2018 - A privatização ou até mesmo fechamento de empresas públicas é uma medida que será implementada, em caso de vitória do Novo nas eleições presidenciais, explicou o coordenador econômico da campanha, o economista Gustavo Franco. "Do ponto de vista de princípio, não acredito que devemos manter nenhuma empresa estatal", disse, ponderando que a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) poderia ser uma exceção ao processo. "Poderia ser mantida, mas não como empresa e sim como agência", explicou.

O economista ressaltou que cerca de metade das 151 empresas públicas fazem parte de grandes grupos no setor elétrico, petroquímico e bancário. "Metade estão nos grupos Eletro, Petro, Banco do Brasil e Caixa. Acredito que a Eletrobrás já está pronta para iniciar o processo", comentou.

De acordo com Franco, ainda é necessário debater se é melhor "diluir a presença do governo federal na holding ou se é melhor vender partes da empresa, aquilo que render mais". "O Banco do Brasil é outro que está totalmente pronto para privatizar e seria interessante adotar um processo por diluição [da participação do governo]", afirmou.

"Teríamos o primeiro banco comercial como corporação, que se tornaria competidor importante no varejo do dia para noite", disse o economista. "Naturalmente, os bancos de varejo que atuam no País não poderiam participar do controle do BB", emendou. Para Gustavo Franco, o ideal neste processo de privatização do BB seria não descaracterizar a marca, que já é bastante consolidada.

No caso da Caixa Econômica Federal, Franco afirmou que antes de implementar um processo de privatização, é preciso "desligá-la do FGTS e listá-la em Bolsa". "Após listar em Bolsa, para provocar um ajuste à dinâmica de companhia aberta, aí sim, com a companhia bem mais fortalecida, poderemos vender o controle por um valor melhor", comentou.

"Não tem necessidade de o governo ter dois bancos. Na realidade, não vejo necessidade de o governo ter nem mesmo um banco", complementou o economista, sugerindo também que o Estado do Rio Grande do Sul adote processo similar com o Banrisul. (Caio Rinaldi e Francisco Carlos de Assis - caio.rinaldi@estadao.com; francisco.assis@estadao.com)
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