Economia & Mercados
15/03/2022 09:02

Vacinação reduz afastamento e faz empresas economizarem R$ 2,8 bi na Ômicron, diz estudo


Por Wladimir D’Andrade, especial para o Broadcast

São José do Rio Preto, 15/03/2022 - A vacinação contra o novo coronavírus proporcionou redução no tempo de afastamento médio do trabalhador infectado com a doença que significou uma economia de R$ 2,8 bilhões durante a onda da variante ômicron, segundo estimativa de um estudo realizado pela startup Closecare. Ainda assim, os afastamentos de funcionários de dezembro de 2021 a fevereiro de 2022, quando ocorreu o último surto, custaram um total de R$ 33,1 bilhões às empresas brasileiras.

A economia observada no estudo está na diferença entre o tempo médio que funcionários ficaram afastados na segunda onda, de dezembro de 2020 a março de 2021, para a terceira, a da ômicron, de dezembro de 2021 a fevereiro de 2022. Enquanto a média de dias de licença médica no segundo surto foi de 6,56 dias, a média de afastamento da terceira onda caiu para 4,6 dias. A startup automatiza a gestão de atestados médicos nas empresas e com base nos dados inseridos na sua plataforma pelos clientes é que o estudo foi feito.

Os números originados dos clientes foram projetados para toda a população com emprego formal - 30,6 milhões segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) - e resultou num custo de atestados de R$ 33,1 bilhões ante R$ 35,9 bilhões caso a média da segunda onda tivesse se repetido na terceira. A diferença, de R$ R$ 2,8 bilhões (7,8% a menos), foi a economia proporcionada pela vacinação, que saltou de 0,95% da população com a segunda dose em 1º de março do ano passado para 72,24% em 1º de março de 2022.

De acordo com André Camargo, CEO da startup que automatiza a gestão de atestados médicos, a vacinação foi o principal fator de redução do tempo médio de atestados ao diminuir as chances de o paciente desenvolver formas graves da doença. Ele disse que a proporção de atestados por Covid-19 cresceu entre a segunda e a terceira onda, de 26,43% para 38,24% do total de ocorrências, mas a gravidade dos casos caiu e funcionários puderam retornar aos seus postos em um tempo 30% mais rápido.

“Além disso vimos impacto do protocolo do Ministério da Saúde sobre Covid-19 que padronizou o tempo de quarentena para os infectados”, afirma. Em janeiro, a pasta reduziu de dez para sete dias o tempo de isolamento dos pacientes com casos leves e moderados.

Tendência

Camargo projeta uma contínua redução do tempo médio de afastamento médico nas empresas em 2022 para um patamar próximo ao que existia antes da pandemia, de 2,7 dias. “Os autotestes vão ajudar nesse ponto. As empresas conseguirão pedir para o funcionário fazer o teste e se o resultado for negativo poderão reduzir o tempo do atestado para que ele retorne ao trabalho mais rapidamente”, explica.

Os números de fevereiro já mostram uma diminuição no ritmo de emissão de atestados médicos por conta do Covid-19. Segundo o estudo da Closecare, enquanto em janeiro a pandemia foi responsável por um pico de 52,9% do total de atestados emitidos no País esse porcentual caiu para 22,2% em fevereiro, patamar próximo aos 15,4% registrados em novembro antes da ômicron.

Serviços essenciais

A base de clientes da Closecare - que fundamentou o estudo - é composta por companhias com mais de 500 funcionários que batem ponto e que se encaixam, na sua maioria, na classificação de serviços essenciais, como supermercados. Por conta disso, permaneceram abertas durante a pandemia.

Com base no número de atestados médicos emitidos no surto da ômicron e na renda média do trabalhador do setor privado com carteira assinada de R$ 2.345 verificada pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de outubro de 2021, a despesa para cada licença foi de R$ 971,15, ante R$ 1.474,66 na onda anterior da doença.

“Este é um custo que fica escondido no bolo da folha de pagamentos. E em muitos segmentos de negócio, como no comércio, há também custos extras de substituição do funcionário além da despesa com o afastamento do próprio trabalhador”, explica Camargo.

Contato: dandrade.wladimir@gmail.com
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