Economia & Mercados
28/08/2020 19:11

Tesouro/Franco: colchão de liquidez era fator mitigador em 2021, mas teve de ser usado em 2020


Por Thaís Barcellos e Denise Abarca

São Paulo, 28/08/2020 - O subsecretário da Dívida Pública do Tesouro Nacional, José Franco de Morais, afirmou que o colchão de liquidez que o Tesouro tinha para fazer frente à grande quantidade de vencimentos de títulos em 2021 teve de ser usado em 2020, dado o aumento do endividamento e a deterioração dos indicadores da dívida, como o encurtamento, decorrente da crise provocada pelo coronavírus.

"O risco de refinanciamento em 2021 tinha elemento mitigador, que era o colchão de liquidez da dívida, que acabou tendo que ser usada para 2020, exatamente um ano antes. A reserva do BC vem para reforçar esse colchão", disse em webinar organizado pela Renascença DTVM.

Franco repetiu que grande parte do aumento das despesas deve ser financiada no segundo semestre. Conforme a revisão do Plano Anual de Financiamento (PAF), a necessidade de financiamento é calculada em R$ 1,127 trilhão até o fim do ano, mesmo depois da transferência do lucro cambial do Banco Central, de R$ 325 bilhões. No relatório de janeiro, a necessidade de financiamento era de R$ 1,067 trilhão.

Segundo projeção, o estoque da dívida vencendo em 12 meses deve encerrar o ano num patamar equivalente a 18,2% do PIB, bem maior que a média histórica desde 2008, que fica ao redor de 10% do PIB. Segundo Franco, esse porcentual não é o maior da história, chegou a cerca de 20% depois de 2002, período marcado por muito estresse no mercado.

Contato: thais.barcellos@estadao.com; denise.abarca@estadao.com
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