Economia & Mercados
06/11/2018 08:22

Ata: evolução do cenário e do balanço de risco prescreve manutenção da Selic no nível vigente


Brasília, 06/11/2018 - O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central reafirmou há pouco, na ata do encontro da semana passada, que os próximos passos da política monetária continuarão dependendo da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos e das projeções e expectativas de inflação.

Esta ideia já constou no comunicado do encontro da semana passada do Copom, quando a Selic (a taxa básica de juros) permaneceu em 6,50% ao ano. Foi o quinto encontro consecutivo em que a taxa foi mantida neste patamar. "Na avaliação do Copom, a evolução do cenário básico e do balanço de riscos prescreve manutenção da taxa Selic no nível vigente", disse o colegiado na ata, ao tratar de sua decisão.

O Copom afirmou ainda que entende que "deve pautar sua atuação com foco na evolução das projeções e expectativas de inflação, do seu balanço de riscos e da atividade econômica". "Choques que produzam ajustes de preços relativos devem ser combatidos apenas no impacto secundário que poderão ter na inflação prospectiva", acrescentou o BC. Os efeitos secundários dizem respeito à propagação do choque a preços da economia não diretamente afetados pelo choque.

"É por meio desses efeitos secundários que esses choques podem afetar as projeções e expectativas de inflação e alterar o balanço de riscos", disse o BC na ata. "Esses efeitos podem ser mitigados pelo grau de ociosidade na economia e pelas expectativas de inflação ancoradas nas metas. Portanto, não há relação mecânica entre choques recentes e a política monetária."

Em outro trecho da ata, o BC voltou a defender a continuidade do processo de reformas e ajustes na economia brasileira, visto como "essencial para a manutenção da inflação baixa no médio e longo prazos, para a queda da taxa de juros estrutural e para a recuperação sustentável da economia".

Ao mesmo tempo, o BC repetiu na ata, sem citar diretamente o resultado eleitoral, a ideia de que "a percepção de continuidade da agenda de reformas afeta as expectativas e projeções macroeconômicas correntes".

De acordo com o BC, a decisão de manter a Selic em 6,50% ao ano na semana passada "reflete seu cenário básico e balanço de riscos para a inflação prospectiva e é compatível com a convergência da inflação para a meta no horizonte relevante para a condução da política monetária, que inclui o ano-calendário de 2019 e, em menor grau, de 2020".(Fabrício de Castro e Eduardo Rodrigues - fabricio.castro@estadao.com eeduardor.ferreira@estadao.com)
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