Por Juliana Estigarríbia
São Paulo, 10/12/2021 - A Gol espera superar a receita pré-pandemia em 2022, mas o endividamento ainda é um ponto de alerta para a companhia, assim como a perda de market share, especialmente para a Azul, que avança de forma contínua no mercado doméstico.
A Gol estima para 2022 um crescimento de 100% da receita sobre este ano, para aproximadamente R$ 14 bilhões. Em 2019, o indicador marcou R$ 13,9 bilhões. A aérea projeta R$ 1,2 bilhão de aumento no fluxo de caixa de transações relevantes celebradas ao longo de 2021, incluindo R$ 450 milhões da reincorporação da Smiles e R$ 700 milhões das aeronaves MAX adicionais na frota.
"A projeção de Ebitda veio acima do consenso de mercado. A companhia está em rota de recuperação e os números projetados são positivos. Mas como ainda vemos 2022 como ano de retomada, para valuation usamos 2023", diz o analista da Guide Investimentos, Rodrigo Crespi. Há pouco, os papéis da Gol subiam 2,74%.
Em 2022, a margem Ebitda deve ser de aproximadamente 25%, um pouco menor do que o nível pré-covid. A alavancagem medida pela relação dívida líquida sobre o Ebitda deve atingir 6 vezes no ano que vem, ante 4 vezes em 2019.
Participação de mercado
Na visão de Crespi, a Gol pode se beneficiar da aquisição da MAP em 2022. "A Gol deve explorar regiões com potencial interessante de crescimento."
No entanto, o analista alerta que a Azul tem ganhado participação de mercado. "A Azul tem uma posição forte de liquidez, não à toa vem tentando adquirir a Latam. A companhia tem ainda como uma linha forte de atuação a parte de carga, que apresenta crescimento robusto e bem acima da concorrência", explica. "A companhia possui parcerias mais estratégicas", acrescenta.
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