Economia & Mercados
24/09/2019 07:06

Investigação sobre Boeing derruba ação da Embraer


As ações da fabricante aeronáutica Embraer foram diretamente afetadas pela notícia de que a gigante Boeing será investigada por práticas anticompetitivas no processo de compra do controle da companhia brasileira.

Os papéis ampliaram o recuo no período da tarde desta segunda-feira, 23, e fecharam entre as maiores quedas do Ibovespa, principal índice da Bolsa paulista, a B3. As ações da Embraer fecharam em baixa de 2,05%, a R$ 19,12.

Segundo reportagem da Reuters, a americana deve enfrentar uma investigação antitruste da União Europeia de até cinco meses sobre a oferta pelo controle da divisão comercial da Embraer.

O acordo, que marca a maior mudança no setor de aviação comercial em décadas, reformula o duopólio global - entre Airbus e Boeing - dos jatos de passageiros e reforça as companhias ocidentais contra os grupos recém-chegados de China, Rússia e Japão.

A operação dá à Boeing uma melhor posição no mercado de aviões de menor porte, permitindo ao grupo americano competir melhor com os jatos CSeries projetados pela canadense Bombardier, que vendeu a linha à franco-alemã Airbus.

A operação da Boeing avalia a unidade de aviação comercial da Embraer em US$ 4,75 bilhões. A Comissão Europeia, que estabeleceu o prazo de 4 de outubro para uma análise preliminar, não respondeu a um pedido de comentário.

Pressão

O agente da concorrência da UE iniciará investigação após o fim da análise, o que pode levar até cinco meses e aumenta a pressão sobre a Boeing para fazer concessões.

A comissão recentemente questionou fornecedores e rivais sobre o negócio, indicando preocupações com a concentração no mercado.

A Boeing disse estar envolvida com autoridades reguladoras em jurisdições relevantes e continua a trabalhar no processo de aprovações regulatórias. Procurada, a Embraer não comentou de imediato.

Analistas do BTG Pactual citaram, em relatório, que o prazo inicial para a análise do negócio da Boeing com a Embraer, que era para o fim deste ano, pode atrasar. Consequentemente, isso pode afetar o prazo para o dividendo especial esperado por acionistas em razão do acordo entre as empresas. / WAGNER GOMES e REUTERS

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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