Economia & Mercados
18/11/2020 12:06

Exclusivo/UBS: vacina no 2ºtri/21 levaria PIB de países desenvolvidos a pré-pandemia em 2022


Por Cícero Cotrim

São Paulo, 18/11/2020 - Um programa de vacinação em larga escala em países desenvolvidos a partir do segundo trimestre de 2021 vai normalizar a atividade social no terceiro trimestre do ano e abrir caminho para que o Produto Interno Bruto (PIB) dessas economias volte ao nível pré-pandemia em 2022. Esse é o cenário-base do UBS para o ano que vem, descrito em relatório cedido com exclusividade ao Broadcast.

A hipótese considera manutenção do estímulo monetário por parte dos bancos centrais, com taxas reais de juros baixas e estáveis. "A atividade econômica na China já se normalizou quase completamente. E seguindo dados preliminares encorajadores de eficácia de vacinas, continuamos confiantes de que vacinas estarão largamente disponíveis no segundo trimestre de 2021", diz o relatório.

No seu cenário-base, o UBS calcula que o faturamento de empresas de mercados desenvolvidos deve atingir em 2021 um nível próximo do observado em 2019. Nos países emergentes, puxados pela Ásia, deve haver crescimento de cerca de 15% na comparação entre os dois anos.

O banco lembra que a economia global está sustentada em um nível sem precedentes de estímulos monetários e fiscais, com um déficit global agregado de cerca de 11,0% do PIB mundial em 2020. De acordo com o UBS, o mais provável é que os governos mantenham o alto nível de gastos em 2021, até que a economia atinja algo próximo de um funcionamento normal.

Cenários

No cenário otimista, no qual a vacina fica disponível no primeiro trimestre e a atividade social se normaliza no segundo trimestre, o PIB já retomaria os níveis pré-pandemia no fim de 2021. A política monetária se mantém estimulativa, mas com viés de aumento das taxas no fim do ano.

No entanto, se a vacina for atrasada ou tiver eficácia menor do que a inicialmente esperada, o banco vê aumento do temor da covid-19 e o retorno da atividade social apenas no final de 2021. Neste cenário pessimista, o PIB das economias desenvolvidas só retorna ao nível pré-pandemia em 2023.

Longo prazo

O UBS reconhece que o futuro da política fiscal ainda está envolto em incerteza, mas afirma que o mais provável é que os governos se tornem relutantes em aplicar políticas de austeridade fiscal. Neste cenário, os governos podem manter déficits elevados e juros baixos, mesmo que a inflação fique moderadamente mais alta.

Outro cenário, menos provável, é que os governos recuem frente ao risco de aumento da dívida e da inflação e retirem os programas fiscais muito rápido ou muito cedo. Sem o impulso fiscal, o mais provável seria que a economia passasse por um grande período de desinflação e baixo crescimento, avalia o UBS.

"Nenhum desses cenários é provável para 2021, mas eles poderiam começar a modelar uma narrativa de longo prazo para investidores e, a partir daí, a impactar nos preços de ativos", diz o banco.

Contato: cicero.cotrim@estadao.com
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