Economia & Mercados
29/07/2021 10:05

Exclusivo: Startups do setor de energia receberam US$ 66,4 mi nos primeiros seis meses do ano


Por Leandro Tavares

São Paulo, 28/07/2021 - As startups voltadas para o setor de energia receberam US$ 66,4 milhões nos primeiros seis meses do ano, envolvendo 11 empresas, o que representa 78% do recebido desde 2016, que foi mais de US$ 85 milhões, de acordo com um levantamento feito pela Distrito Dataminer, braço de inteligência de mercado da plataforma de inovação aberta Distrito. O Brasil possui 157 startups com soluções para energia.

As energytechs, voltadas para o mercado de energia, dividem-se em seis grupos, sendo a categoria com maior representatividade a de energia renovável, com 36,3%, formada por empresas que investem, produzem ou distribuem energia limpa a partir de fontes alternativas.

Na sequência, aparecem a gestão energética, com 19,7%, focada no consumo inteligente, a eficiência energética, com 14,6%, que trabalha na otimização do aproveitamento de energia e diminuição de custos, internet da energia, com 14,6%, da qual participam startups com soluções para análise de dados da cadeia produtiva. Existem ainda as startups de mercado de energia, com 8,9%, que atuam na comercialização livre de energia, e de baterias, com 5,7%.

O levantamento da Distrito mostra que as energytechs que têm recebido a maior atenção dos fundos de venture capital. Desde 2016, foram mais de US$ 62 milhões captados pelas startups. No período, lideram o ranking a Solfácil que acumula mais de US$ 36,6 milhões captados, e a Órigo Energia, que em abril deste ano recebeu um aporte de US$ 19,3 milhões.

"O número crescente de startups e investimentos no setor muito provavelmente se deve à crescente gama de problemas encontrados para a instauração de uma nova matriz energética", diz o presidente e cofundador do Distrito, Gustavo Araujo. Segundo ele, o Brasil é referência na produção de energia renovável, mas há ainda um gigantesco potencial ainda não explorado.

Modelo de negócio

O estudo da Distrito aponta também que, quase metade das energytechs mapeadas possuem um modelo de negócio B2B, no caso 71 startups, ou 46,4% do total atuando nesse modelo. Se considerar aquelas que atendem outras empresas e o consumidor final, esse número cai para 60, ou 39,2% do total.

As startups voltadas para o mercado de energia estão concentradas nas regiões Sul e Sudeste, com 43 e 90 startups, respectivamente. Em seguida, o Nordeste, com 10 energytechs, o Centro-Oeste, com quatro, e o Norte, com apenas duas startups. Mais de 59% das startups foram criadas nos últimos cinco anos.

Ranking

As cinco maiores startups do setor são a Way2 Technology, a Órigo Energia, a Insole, a Blue Sol e a Solfácil, considerando?o número de funcionários, visibilidade nas redes sociais, investimento captado e faturamento presumido.

Em relação àquelas que têm mostrado o ritmo de crescimento mais acelerado, considerando a combinação de aportes e visibilidade nas redes sociais, com fundação a partir de 2012 e com menos de 200 funcionários, o destaque vai para Solar View, Lemon, Fohat, Tractian, Delfos, Clarke Energia, Edmond, Helius, Sunew e Solstar.

Mundo

Por fim, o levantamento traz ainda um panorama das energytechs no mundo. De acordo com a Tracxn, plataforma global que mapeia dados sobre o universo de inovação, o setor recebeu mais de US$ 34 bilhões em 2020, distribuído em um total de 848 aportes de investimento. Em 2021, já foram US$ 21,4 bilhões, em um total de 468 rodadas, o que aponta para o alcance de novos recordes até o final do ano.

Contato: energia@estadao.com
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