Política
05/07/2022 11:55

Eleições 2022/Exclusivo: 'Alienação eleitoral' cresce desde 2006, sobretudo no Sudeste


Por Giordanna Neves

São Paulo, 04/07/2022 - Apesar de o Brasil contar com índices altos de comparecimento às urnas nas eleições, o fenômeno chamado "alienação eleitoral" - que consiste nas abstenções passiva, o não comparecimento para votação, e ativa, os votos brancos e nulos - cresce de forma lenta, gradual e consistente desde 2006, sobretudo no Sudeste e em regiões metropolitanas. O levantamento foi feito pelo Instituto Votorantim e divulgado com exclusividade ao Broadcast Político.

De acordo com o estudo, entre 2006 e 2018, a alienação eleitoral cresceu quase 8% nas eleições para presidente da República e 10% no processo de escolha de deputados federais. Nas eleições locais, a alienação é menor, especialmente a ativa, que diz respeito a votos brancos e nulos, diante da maior proximidade do cidadão com o processo eleitoral.

"Em regiões com maior densidade populacional o contato entre eleitor e eleito é mais distante, o que tende a gerar menor engajamento eleitoral", explicou o gerente-geral do Instituto Votorantim, Rafael Gioielli.
O estudo aponta que a abstenção passiva é afetada principalmente por aspectos socioeconômicos. O nível educacional ainda é a variável mais fortemente relacionada com o comparecimento às urnas, com eleitores com educação superior comparecendo até três vezes mais que aqueles com ensino primário.

Já a abstenção ativa é influenciada essencialmente pela identificação partidária por parte do eleitor e atinge mais jovens (até 24 anos) e idosos. Pessoas que se identificam com algum partido votam cerca de três vezes mais nas eleições presidenciais e duas vezes mais nas eleições proporcionais.

Segundo turno
O levantamento aponta ainda que a menor disposição para comparecimento às urnas ocorre no segundo turno. Enquanto a média de abstenção é de 18% no primeiro turno, a proporção sobe para 19,6% no segundo.

Possíveis explicações, de acordo com o estudo, são "o descolamento das eleições estaduais, quando há escolha do governador em primeiro turno, e a derrota do candidato escolhido pelo eleitor já no primeiro turno. No entanto, o eleitor que comparece ao segundo turno está mais motivado a realizar uma escolha, ou seja, é menor a incidência de votos brancos e nulos", diz trecho.

Contato: giordanna.neves@estadao.com

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