São Paulo, 22/05/2018 - A principal dificuldade de Henrique Meirelles, que confirmou nesta terça-feira, 22, a pré-candidatura à Presidência da República pelo MDB, será carregar a marca do governo Temer. Pelo menos essa é a avaliação do professor do Insper e cientista político Carlos Melo, que classifica o atual presidente como um "tóxico ativo".
"Meirelles não conseguirá destacar só a grife da equipe econômica no período em que esteve com Temer", destaca Melo, em conversa por telefone com o Broadcast Político. O professor ainda diz que, pelo fato de Meirelles ter sido ministro da Fazenda, sucessor e, agora, "abençoado" por Michel Temer, não há mais possibilidade de as duas imagens serem desassociadas durante a campanha presidencial.
Em um cenário de estagnação econômica, com altas taxas de desemprego e cenário internacional desfavorável, Meirelles tentará vender uma imagem de "salvador" da economia. Ele, no entanto, terá dificuldade quando o debate acontecer fora do âmbito econômico, na análise de Carlos Melo.
"Meirelles não é um pacificador da política, não pode enaltecer políticas públicas que não fez, então terá que ser a pessoa que irá propor um ajuste fiscal como o caminho para salvar o Brasil. O mérito do Meirelles, talvez, seja tentar colocar no debate eleitoral um pouco da racionalidade econômica", avalia o cientista político.
Longe de ser uma unanimidade, o nome do ex-ministro da Fazenda é considerado como um plano C do MDB, de acordo com Melo. O candidato preferencial era Michel Temer, que perdeu apoio por causa de investigações no Supremo Tribunal Federal. Uma aliança com o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB) também foi cogitada antes dos emedebistas baterem o martelo. (José Ayan Júnior, especial para a AE)
