Rio, 06/03/2019 - O presidente da Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa), Jorge Castanheira, remeteu à prefeitura do Rio de Janeiro e à Riotur, empresa de turismo do município, a responsabilidade por melhorias na Marquês de Sapucaí. Neste ano, temendo a segurança dos frequentadores, o Ministério Público liberou o espaço a cerca de uma hora do desfile do grupo de acesso, na última sexta-feira, 1.
"Tem que falar com a prefeitura e a Riotur para cuidar melhor da Sapucaí", afirmou Castanheira. Ele se esquivou, no entanto, a criar polêmica em torno da ameaça do prefeito Marcello Crivella de cortar definitivamente a verba das escolas de samba. O município reduziu de R$ 2 milhões a subvenção concedida à cada agremiação do grupo especial, em 2017, para R$ 500 mil neste ano. Agora, avalia repassar toda responsabilidade para a iniciativa privada.
"Tudo tem que ser pensado de cabeça fria. As escolas estão com muita dificuldade. Tem que ser pensado o financiamento, se não vai ficar inviável", disse Castanheiro, argumentando, em seguida, que o momento é de comemoração, com a vitória da Mangueira, vencedora com a homenagem à vereadora assassinada Marielle Franco.
Mas, para o presidente da Liesa, a opção pela crítica social não explica totalmente a vitória da Mangueira. "Outras escolas vieram com uma tônica política e nem por isso foram vencedoras. O carnaval é reflexo do que acontece na sociedade. Foi um carnaval extremamente competitivo", acrescentou. (Fernanda Nunes e Fábio Grellet)