Política
16/01/2019 21:16

Ato do MPL em São Paulo é marcado por tensão e tentativa da PM de conter passeata


São Paulo, 16/01/2019 - O segundo ato do Movimento Passe Livre (MPL) contra o aumento da tarifa do transporte público em São Paulo, realizado nesta quarta-feira, 16, foi marcado por tensão e tentativa da Polícia Militar para conter a passeata. Sob chuva e com tumultos, o protesto reuniu menos pessoas do que na semana passada.

Enquanto o protesto da semana passada mobilizou cerca de 2 mil pessoas, segundo os organizadores, participantes estimaram entre 800 e 1 mil pessoas neste ano. A concentração estava marcada para as 17 horas na Praça do Ciclista, na Avenida Paulista, centro da capital, mas na primeira hora havia mais PMs do que manifestantes no local. Os policiais abordaram ao menos seis manifestantes e os conduziram para revista. Todos foram liberados.

Houve três momentos de tensão durante a concentração. O maior aconteceu por volta das 18 horas, quando os participantes do ato estavam sentados na Paulista, no sentido da Rua da Consolação, realizando o jogral - atividade que marca o início da passeata.

Nessa hora, um grupo de PMs investiu contra os manifestantes. Houve correria. Os policiais usaram balas de borracha, bombas de efeito moral e gás lacrimogêneo. Segundo organizadores, não houve ferimentos graves.

Antes, a polícia já havia entrado na área dos manifestantes duas vezes. Em cada uma delas, imobilizaram uma pessoa e conduziram para averiguação. Na segunda, usaram uma bomba de efeito moral.

Segundo o major Marcelo, o procedimento era para verificar se os manifestantes estavam com objetos perigosos, como faca, estilete ou coquetel molotov. "Não houve reunião prévia. Nós estamos retendo o grupo para que as lideranças informem o trajeto e a gente possa informar aos órgãos de trânsito", disse.

Após o tumulto, parte dos manifestantes foi embora. Para Gabriela Dantas, porta-voz do MPL, seria uma tentativa de esvaziar o ato. "Eles atacaram pessoas que estavam reunidas", disse. "Isso só mostra que o grupo de mediadores é algo midiático."

Cerca de 15 minutos depois da confusão maior, o ato saiu pela Consolação em direção à Praça Roosevelt. Manifestantes levavam cartazes de "R$ 4,30 não" e cantavam palavras de ordem contra a PM e o governador de São Paulo, João Doria (PSDB).

Bastante presentes em atos anteriores, os black blocs estavam em número pequeno - apenas três pessoas mantinham o rosto coberto durante o ato. Também havia integrantes do PSOL, PCB e do Movimento dos Trabalhadores sem-teto (MTST) na passeata.

Por volta das 19h30, na Praça Roosevelt, líderes do MPL anunciaram o próximo protesto para terça-feira, 22, na Praça da Sé, também no centro.

Um grupo de cerca de 50 estudantes, no entanto, se negou a dispersar. Eles sentaram na Consolação e depois fizeram um cordão. Cerca de 40 minutos depois deixaram o local após mediação da PM. Na saída, já após o fim do ato, o grupo que demorou a dispersar desceu pela Amaral Gurgel e atirou lixo contra os carros.

Cinco foram detidos na altura da Santa Casa de Misericórdia para serem revistados e estavam sendo levados ao 2º DP (Bom Retiro), por volta das 21 horas. (Felipe Resk)
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