Política
18/10/2021 14:14

Cúpula da CPI tenta administrar divisão e reforça compromisso em responsabilizar governo


Por Daniel Weterman

Brasília, 18/10/2021 - A cúpula da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid administra uma crise interna em função de divergências em torno do relatório do senador Renan Calheiros (MDB-AL). Em meio à divisão, os integrantes do grupo majoritário da comissão tentaram reforçar hoje o compromisso em responsabilizar o governo do presidente Jair Bolsonaro pelo descontrole da pandemia.

O parecer seria apresentado nesta terça-feira, 19, mas a leitura foi adiada e a votação deve ocorrer apenas no próximo dia 26. O conteúdo do relatório, antecipado pelo Estadão, causou divisão. Um dos pontos que levaram ao adiamento foi a decisão do relator de indiciar Bolsonaro por homicídio qualificado. Além disso, o vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), pede a enquadramento do ministro da Economia, Paulo Guedes, no parecer.

"Não há aqui briga de egos. A CPI, ou ela dá certo pra todos, ou não dá certo pra ninguém", disse o presidente da comissão, Omar Aziz (PSD-AM), durante reunião do colegiado, nesta segunda, para coletar o depoimento de vítimas da covid. Aziz foi um dos integrantes da CPI que reagiu contra a publicação de informações do relatório na imprensa e com o conteúdo do parecer de Renan. "Nós iremos, sim, pedir a punição de quem quer que seja", afirmou Aziz.

Nos bastidores, aliados do presidente Jair Bolsonaro avaliam que a divisão interna na CPI dá mais tempo ao governo e tira do foco o desgaste do chefe do Planalto. Mesmo assim, a leitura entre governistas é que a semana representa um fato político negativo para Bolsonaro em função da conclusão dos trabalhos da comissão.

O grupo majoritário da CPI deve se reunir ainda hoje para discutir o relatório de Renan. O relator afirmou que aceitará sugestões de alteração e mudará o conteúdo se houver propostas da maioria do colegiado. "Os senadores que estão aqui não têm o direito de por qualquer razão que seja deixar de dar ao Brasil uma resposta clara, unificada. Nós não podemos nos transformar em uma fogueira de vaidades nesse final", afirmou o senador Humberto Costa (PT-PE).

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