Por Isadora Duarte
São Paulo, 23/07/2020 - O Conselho Internacional de Grãos (IGC, na sigla em inglês) cortou a sua estimativa para produção global na safra 2020/21, em 12 milhões de toneladas, de 2,237 bilhões de toneladas para 2,225 bilhões de toneladas. O conselho atribui à revisão na safra à perspectiva de menor produção de trigo e milho, que foi parcialmente compensado por leve incremento na safra global de soja. Apesar do corte, se confirmada, a perspectiva ainda aponta para uma safra recorde - 49 milhões de toneladas maior que a temporada anterior.
A previsão de consumo foi mantida em 2,218 bilhões de toneladas, enquanto a estimativa de estoques globais foi reduzida de 635 milhões de toneladas previstas no fim de junho para 625 milhões de toneladas. "As perspectivas para o consumo são ficaram praticamente inalteradas, uma vez que pequenos ajustes para cima no direcionamento para alimentação e uso industriais são equilibrados por um volume reduzido no uso para alimentação animal", explica o IGC. As projeções da entidade foram divulgadas em relatório mensal nesta quinta-feira.
A previsão de produção global de soja da safra 2020/21 foi elevada em 1 milhão de toneladas, para 365 milhões de toneladas, puxado por um incremento na colheita esperada no Brasil. A projeção de consumo passou para 364 milhões de toneladas e os estoques finais da oleaginosa foram acrescidos em 3 milhões de toneladas para 48 milhões de toneladas.Em relação ao milho, a estimativa para a colheita foi reduzida em 5 milhões de toneladas, para 1,169 bilhão de toneladas, pressionada, principalmente, pelos menores rendimentos da safra dos Estados Unidos. A estimativa de consumo do cereal foi reduzida em 1 milhões de toneladas para 1,176 bilhão de toneladas e a previsão de estoques ao fim da temporada foi mantida em 288 milhões de toneladas. Quanto ao trigo, a estimativa de produção também foi cortada em 6 milhões de toneladas para 762 milhões de toneladas, enquanto o consumo foi reduzido em 1 milhão de toneladas para 750 milhões de toneladas e as reservas finais foram reduzidas em 2 milhões de toneladas. Segundo a entidade, os cortes da produção do cereal são decorrentes de uma expectativa de menor colheita nos principais países produtores, entre eles, Estados Unidos, União Europeia (UE) e Rússia.
O índice de preços de Grãos e Oleaginosas do IGC subiu 3% em junho, puxado pelo incremento nas cotações de todos os componentes, exceto o de arroz, de acordo com a entidade.
Para a temporada 2019/20, o IGC elevou sua estimativa para produção global de 2,175 bilhões de toneladas para 2,176 bilhões de toneladas. A estimativa de estoques globais também foi revisada para cima, para 619 milhões de toneladas, ante 615 milhões de toneladas previstas em junho. Já a previsão de consumo foi reduzida de 2,181 bilhões de toneladas para 2,179 bilhões de toneladas. Segundo o conselho, o ajuste reflete colheitas acima do esperado no Hemisfério Sul.
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