Mineiros (GO), 24/05/2018 - Produtores de Rondonópolis (MT) que participaram ontem de um encontro promovido pela Equipe 11 do Rally da Safra 2018 relataram prever aumento nos custos de produção da safra 2018/19. Osvaldo Pasqualotto, que cultiva 7 mil hectares de soja e 2,5 mil hectares de milho em sua propriedades, acredita que o custo, como um todo, na temporada 2018/19 será 30% superior ao da safra atual 2017/18, puxado por diversos fatores. Um deles é o alto preço do diesel, combustível usado em máquinas agrícolas, no transporte de peças de reposição, em caminhões, etc.
"Os preços dos insumos aumentaram em torno de 20%, por causa da valorização do dólar ante o real, que afeta os valores de produtos importados, como fertilizantes", disse Pasqualotto ao Broadcast Agro. Apesar disso, o produtor acredita que conseguirá manter a rentabilidade obtida na safra 2017/18, que foi maior do que a do ano anterior em 10%, sustentada pelos preços em níveis elevados tanto da soja como do milho.
"Mesmo com os preços mais altos, a rentabilidade deve ficar elas por elas por causa do aumento do custo. Tem outros fatores que não entram na conta que também aumentam o custo do produtor, como os roubos no campo e a cobrança de impostos estaduais", disse Pasqualotto. Segundo o produtor, agricultores do Estado ainda pagam 5% de tributos sobre o diesel e R$ 1,50 por saca de soja em outros tributos estaduais.
Pasqualotto pretende aumentar em 5% a área cultivada com soja, de 7 mil hectares, e manter os 2,5 mil hectares semeados com milho safrinha. Nesta temporada, o produtor acredita que alcançará produtividade média em lavouras de milho de 110 sacas por hectare, abaixo das 120 sacas/hectare que poderiam ser obtidas em um quadro de normalidade das chuvas. Do cereal de inverno de 2018, ele já vendeu 40%, pretende negociar outros 30% no curto prazo e o restante só será comercializado entre setembro e outubro, na entressafra de milho. (Clarice Couto* - clarice.couto@estadao.com)
*A jornalista viaja a convite da Agroconsult
