Agronegócios
14/05/2018 15:15

Kepler/Fernandes Filho: Resultado foi fortemente impactado por sazonalidade e menor demanda


São Paulo, 14/05/2018 - Os resultados negativos registrados pela Kepler Weber no primeiro trimestre de 2018 foram "fortemente impactados" pela sazonalidade das vendas de silos no Brasil e por uma demanda menor por este tipo de produto, disse há pouco o diretor presidente da companhia, Anastácio Fernandes Filho. "As vendas no primeiro semestre do ano sempre foram mais fracas, porque o produtor deixa para tomar sua decisão de investimento em função da próxima safra, não costuma antecipar as compras", explicou o executivo a analistas durante teleconferência sobre o balanço da empresa no período.

A Kepler Weber encerrou o primeiro trimestre com prejuízo líquido de R$ 10,6 milhões ante prejuízo líquido de R$ 5,8 milhões em igual período de 2017, o que corresponde a um aumento de 82,8% no prejuízo. O Lucro antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização (Ebitda) foi de R$ 3,1 milhões negativos no período, ante R$ 2,6 milhões negativos nos três primeiros meses do ano passado, uma pequena piora de R$ 495 mil. A receita líquida chegou a R$ 108,6 milhões, 7,4% menor que há um ano (R$ 117,2 milhões).

Fernandes Filho declarou que a Kepler Weber sofre, ainda, as consequências da crise no setor de armazenagem desencadeada no fim de 2014. Em seu release de resultados, a empresa destacou o gradual recuo do montante ofertado pelo governo federal por meio do Programa de Construção e Ampliação de Armazenagem (PCA). O PCA foi lançado em 2013 com a finalidade de eliminar o déficit de armazenagem até 2019, mas a partir de 2015 foi fortemente restringido. Em 2016, os cortes foram ampliados e os recursos, limitados a R$ 1,4 bilhão. Em 2017, o montante financiado pelo PCA dentro do Plano Safra 2017/2018 continuou modesto (R$ 200 milhões de aumento em relação ao plano anterior e redução de 2 pontos porcentuais na taxa de juros, se estabelecendo em 6,5% a.a.).

Apesar dos números negativos, Fernandes Filho destacou que a companhia tem concentrado esforços na redução de custos e despesas e na adoção, pelo terceiro ano consecutivo, de processos mais eficientes de manufatura. "Já temos colhido frutos da metodologia de gestão de melhoria contínua, mas ainda temos trabalho por realizar", afirmou.

O executivo ponderou que, apesar da diminuição de 22% nos embarques (produtos entregues e faturados), para 10,05 mil toneladas, a receita líquida recuou em menor proporção, 7,4%. O Ebitda, ressaltou ele, caiu 19,3%, enquanto o prejuízo aumentou bem mais, 82%. A produção no trimestre também diminuiu, 34%, para 7,825 mil toneladas, e a carteira de pedidos caiu 3%, para R$ 161,46 milhões.

Fernandes Filho ressaltou na teleconferência a mudança na composição acionária da empresa no último ano, em virtude da venda total de ações por parte da Sul America Expertise Fia, que detinha 7,91% das ações da companhia em 31 de março do ano passado, e da Geração Futuro Corretora de Valores, que contava com 11,83% das ações. "Com isso, houve maior pulverização do capital. Os acionistas minoritários, que controlavam 22,39% das ações há um ano, hoje detêm 42,13% das ações", comentou. (Clarice Couto - clarice.couto@estadao.com)
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