Agronegócios
17/07/2017 13:43

Novo diretor financeiro do BNDES diz que banco vai retomar captações externas


Rio, 17/07/2017 - Indicado para comandar a área financeira do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o economista-chefe da Confederação Nacional do Comércio (CNC), Carlos Thadeu de Freitas, terá como missão retomar as captações internacionais do banco de fomento. Assumindo a vaga deixada por Claudio Coutinho, que saiu do banco após as críticas do presidente do BNDES, Paulo Rabello de Castro, ao modelo da nova taxa de juros que balizará os empréstimos do banco, a Taxa de Longo Prazo (TLP), Freitas afirma que a fórmula proposta pela equipe econômica tem "justificativa monetária e fiscal".

"A fórmula da TLP foi pensada e repensada pelo Ministério da Fazenda e o Banco Central para evitar os subsídios monetários. Ao longo do tempo eles custam caro, porque passam de monetário a fiscal. Então é óbvio que esses subsídios tem que ser eliminados ao longo do tempo. Não acho nada errado nisso. Agora, está sendo tratado pelo Congresso uma Medida Provisória, o que permite uma discussão. Não quer dizer que vá mudar", disse ao Broadcast. "É uma fórmula que tem muita justificativa na área monetária e fiscal. E hoje o nosso problema é fiscal", afirmou.

Ex-diretor do Banco Central, Freitas destaca a importância de o BNDES diversificar suas fontes de recursos e também sua política de empréstimos. Ele afirma que o episódio JBS "está superado" e que ocorreu por uma questão de orientação de governo para concentrar financiamentos em determinadas empresas. "Hoje a prática mostra que é preciso diversificar risco. Qualquer banqueiro sabe que não se pode colocar todos os ovos na mesma cesta", disse.

Freitas afirma ainda que uma de suas principais missões no cargo será retomar as captações externas do BNDES, a exemplo de grandes companhias que voltaram a acessar essas fontes recentemente, como a Petrobras. Em sua visão, hoje há condições favoráveis para essas operações, com uma melhora do rating do Brasil em relação ao ano passado e reservas robustas. Ao se voltar para o mercado internacional o banco pode acessar recursos mais baratos, de mais longo prazo e sem pressionar o mercado doméstico de capitais. O objetivo é preparar o terreno para o momento em que a demanda pelo crédito do BNDES voltar a se aquecer.

"O banco vai perder parte de seu funding ao longo dos próximos anos, então tem que voltar a ser mais agressivo na captação de recursos internacionais, como já foi nas décadas de 70 e 80. Assim fica menos dependente dos recursos do Tesouro Nacional. Quem compra um papel do BNDES hoje sabe que vai receber", afirmou ao Broadcast, citando captações de bônus e securitizações como opções. Freitas assumirá a área financeira do BNDES na próxima semana. (Mariana Durão - mariana.durao@estadao.com)
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