Por Sandy Oliveira
São Paulo, 01/12/2021 - A produção global de cacau na safra 2020/21 deve atingir 5,175 milhões de toneladas, alta de 9,3% (ou mais 440 mil toneladas) ante a temporada 2019/20, projeta a Organização Internacional do Cacau (Icco, na sigla em inglês). Os dados foram publicados em relatório trimestral da entidade.
A organização espera que a moagem mundial da amêndoa na temporada 2020/21 alcance 4,911 milhões de toneladas, 4,3% superior ao previsto para a safra anterior. De acordo com a ICCO, a moagem está se aproximando do nível pré-pandêmico.
Para a safra 2019/20, a previsão de superávit caiu de 230 mil toneladas, projeção anterior, para 212 mil toneladas. O ajuste ocorre, principalmente, por melhores rendimentos e pela abertura das economias globais, após as restrições impostas pela pandemia da covid-19, destacou a entidade.
Os estoques totais de cacau no fim da safra 2020/21 também devem aumentar para 1,924 milhão de toneladas, o que equivale a 12,4% a mais em relação à moagem projetada para 2019/20.
Análise - O banco alemão Commerzbank observa que a moagem aumentou em todas as principais regiões produtoras: 2,4%, para 1,748 milhão de toneladas, na Europa; 7% ;para 958 mil toneladas; na América do Norte; quase 5%, para 1,16 milhão de toneladas, na Ásia e da mesma forma em quase 5%, para 1,045 milhão de toneladas, na África.
A moagem teve um crescimento particularmente acentuado na Alemanha, Holanda e Estados Unidos. Os países produtores registraram uma moagem 3% superior, com 2,217 milhões de toneladas, o que significa que já respondem por quase 45% da moagem global de cacau. A Costa do Marfim reduziu 620 mil toneladas, enquanto Gana atingiu o recorde de 322 mil toneladas. Nesse contexto, a ICCO destaca a entrada em operação de novas capacidades de moagem em ambos os países.
Em relação à produção global, o banco aponta que o volume atingiu um nível recorde, sendo 456 mil toneladas do aumento anual atribuível à África. A safra de cacau do continente totalizou 4 milhões de toneladas. “Isso dá à África uma participação de 77% da safra global”, diz o banco. A Costa do Marfim, o maior produtor mundial, teve um crescimento de quase 7%, para um recorde de 2,248 milhões de toneladas. Segundo o Commerzbank, o volume da safra em Gana deve ter disparado 36%, para 1,047 milhão de toneladas, que também é um nível recorde.
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