Brasília, 22/08/2016 - Apesar de oficialmente ainda aguardar o fim do processo de impeachment da presidente afastada, Dilma Rousseff, para "se apresentar" ao mundo, o presidente em exercício, Michel Temer, já trabalha com um calendário de viagens internacionais com o objetivo de recuperar a imagem do País para atrair investimentos e tentar sinalizar às agências internacionais de classificação de risco que, passado o processo do afastamento de Dilma, a estabilidade política no País retornará, o que pode reverter a perda das notas de crédito. Em fevereiro, a agência Moody's foi a terceira a anunciar o rebaixamento do rating do Brasil. Antes dela, tiraram o selo de bom pagador a Standard & Poor's e a Fitch.
Além da viagem à China, no fim deste mês, há pelo menos outras cinco agendas internacionais sendo preparadas no Palácio do Planalto com foco na retomada da confiança externa e atração de investimentos. Dez dias depois de voltar do país asiático, Temer discursará na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York. Em outubro, o presidente planeja ir ao encontro dos Brics, na Índia, e à cúpula Iberoamericana, na Colômbia. Há visitas sendo organizadas também para Argentina e Paraguai, mas que ainda não têm data definida.
Assim como na China, Temer deve fazer as viagens acompanhado de vários ministros, entre eles, o da Fazenda, Henrique Meirelles, a quem caberá a missão de convencer o mercado internacional e os investidores de que o País está comprometido em implementar uma agenda econômica de ajustes e reformas.
Interlocutores de Temer reconhecem que a investida é fundamental para a obtenção do apoio da classe empresarial, pois admitem que, se a economia não der sinais efetivos de melhora o quanto antes, a "trégua" dada até agora ao governo tende a acabar rapidamente.
China. Antes do encontro do G-20, na China, Temer pretende participar de um seminário que está sendo organizado pelo governo brasileiro. A data do encontro, que reunirá empresários e investidores, deve ser dia 2 ou 3 de setembro, a depender do fim do processo de impeachment e do embarque de Temer à Ásia. A ideia até o momento no Planalto, com base no atual calendário previsto do impeachment, é que Temer viaje no dia 31 de agosto. Além dos compromissos oficiais, o governo está verificando a possibilidade de alguns encontros bilaterais.
A agenda de Temer na China será bastante corrida já que o presidente em exercício precisa estar de volta ao Brasil para a cerimônia do Dia Sete de Setembro pela manhã. Na mesma noite, Temer vai ao Rio para a abertura da Paralimpíada. (Carla Araújo)
