Rio, 10/02/2017 - No Batalhão de Choque da Polícia Militar do Rio de Janeiro, na Rua Frei Caneca, no Centro da cidade, um grupo de mulheres de policiais protesta por salários atrasados e benefícios que não foram pagos. No portão em frente ao batalhão, oito mulheres revistavam cada policial que saía por volta das 9h30. O objetivo é verificar se eles têm uniformes e armamentos nas bolsas. A intenção é só permitir a saída de quem está deixando o turno.
Como há três portões por onde os policiais podem deixar o prédio, elas se dividem em três grupos. Elas se mobilizaram por meio de mídias sociais e Whatsapp e prometem só desmobilizar quando tiverem as reivindicações atendidas.
As mulheres pedem o pagamento do 13º salário, o Regime Adicional de Serviço (RAS) prometido para a Olimpíada e Ano Novo e os atrasados.
"Também sou policial, como o meu marido. Lá em casa só tem dinheiro da segurança. Imagina a situação da nossa família", afirmou Alessandra, policial civil, que não quis divulgar o sobrenome com medo de represálias.
Questionada sobre os riscos de se repetir no Rio o cenário de guerra provocado pela ausência de policiamento nas ruas de Vitória (ES), ela respondeu que "infelizmente a intenção é essa". E complementou que o movimento das mulheres de policiais "é a única maneira de dar um jeito", de forçar o pagamento de atrasados pelo governo estadual.
As manifestantes planejam trazer barracas para as portas do batalhão e permanecer em protesto por noites e dias até que os atrasados sejam pagos. Para se manter no local, trouxeram 15 pacotes de água mineral com 12 garrafas cada um, café, guaraná natural, cadeiras de praia e biscoitos. (Fernanda Nunes - Fernanda.nunes@estadao.com)