Agronegócios
23/06/2021 08:28

Plano safra/OCB/Márcio Lopes de Freitas: plano foi o possível, mas não é perfeito


Por Tânia Rabello

São Paulo, 23/06/2021 - O Plano Safra 2021/22 é "o plano possível, mas não perfeito", citou o presidente da Organização das Cooperativas Brasileira (OCB), Márcio Lopes de Freitas. "Mesmo assim estou satisfeito; acho que foi o que a conjuntura permitiu, com a atual situação de aperto na economia." Para Freitas, foi "inevitável" subir a taxa de juros um pouco, mas, em compensação, houve aumento de recursos.

Como já era esperado, o governo elevou as taxas de juros pré-fixadas em linhas de crédito com taxas controladas (com e sem equalização). Para o custeio da agricultura familiar (Pronaf), as taxas saíram dos 2,75% e 4% ao ano cobradas em 2020/21 para 3% e 4,5% agora. No caso do custeio pelo Pronamp, as taxas em 2021/22 serão de 5,5% ao ano, ante 5% ao ano cobrados em 2020/21. Demais produtores pagarão 7,5% ao ano, contra 6% no ciclo 2020/21. Entre as linhas de investimentos, as taxas de juros subiram de 0,5 ponto porcentual para 1,5 ponto, chegando a até 8,5% ao ano, caso do programa Moderfrota, o principal no País para financiamento de máquinas e equipamentos agrícolas. Na safra 2020/21, o Moderfrota trabalhava com taxa de 7,5% ao ano.

Em termos de recursos, Freitas disse que esperava "um pouco mais para linhas de investimento". As linhas de investimento contemplarão R$ 73,45 bilhões em recursos, ou 29% mais. "Mas pelo menos as linhas principais de armazenagem foram atendidas."

Em relação ao seguro rural, ele disse entender a dificuldade em destinar mais recursos para a subvenção ao prêmio. No plano anunciado hoje, o Ministério da Agricultura destinou R$ 1 bilhão para esta carteira - ou R$ 300 bilhões a menos do que o anunciado para o Plano Safra anterior, que contratou efetivamente menos do que isso, ou R$ 948,1 milhões, por causa de restrições no Orçamento da União. "A ministra (da Agricultura, Tereza Cristina) disse que não desistiu de buscar um aporte maior", comentou Freitas.

Ele acredita, ainda, que linhas de custeio no Pronaf (da agricultura familiar) não serão 100% contratadas na próxima safra e, com isso, pode sobrar recurso para complementar a verba para o seguro rural. "Então, acho que ela vai conseguir fazer alguma coisa de seguro extra com os recursos disponíveis", projetou, ressaltando que "essa leitura é pessoal, e não técnica".

Freitas voltou a defender, ainda, que o governo faça um plano plurianual, e não um Plano Safra anual. "Este é meu sonho, o Brasil ter uma estratégia de longo prazo para a agricultura", disse. "Mas na atual conjuntura não podemos reclamar, não; temos até que comemorar o fato de termos um Plano Safra."

Contato: tania.rabello@estadao.com
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