Agronegócios
28/06/2016 11:47

Ilan: inflação para 2016 subiu e faz com que projeção para 2017 tenha elevação marginal


Brasília, 28/06/2016 - O presidente do Banco Central (BC), Ilan Goldfajn, explicou há pouco que a diferença entre as projeções para a inflação de 2017 no Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de hoje e na ata da última da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) se deve a mudanças nas estimativas para este ano, que serão carregadas para o próximo. Na ata publicada há 12 dias, o Copom informou que o cenário de referência do BC para 2017 previa a inflação chegando ao centro da meta de 4,5%, mas o documento de hoje mostra que o cenário agora prevê a taxa em 4,7% ao fim do próximo ano.

"Estamos com uma preocupação um pouco maior com os preços agrícolas no atacado. Acreditamos que pode demorar um pouco mais para esses preços voltarem (ao patamar anterior). Isso faz com que a projeção de 2016 suba e com que 2017 tenha uma elevação marginal", disse Goldfajn.

O presidente do BC destacou ainda que a alteração de projeções também ocorre em função do aumento da estimativa de alta dos preços administrados em 2016 (de 6,1% para 6,7%) e em 2017 (de 5% para 5,3%). "As projeções são vistas, são revistas, e vão continuar a ser feitas desse jeito. Esse é o nosso trabalho contínuo", afirmou.

Para Goldfajn, a inflação de 2015 foi elevada justamente por conta dos preços administrados, além da depreciação forte do real. "Desde então, o objetivo do regime de metas tem sido fazer a convergência da inflação de volta ao centro da meta, mas o horizonte não pode ser muito distante. Me parece que 2017 é um horizonte adequado, não muito distante do choque de 2015", completou.

O presidente do BC reforçou que, ainda que a inflação real possa ter choques e desvios ao longo do caminho, é importante que as projeções da autoridade monetária mirem o centro da meta. "No RTI já estamos muito próximos da meta para 2017 no cenário de referência (4,7%). Dentro das incertezas que vivemos, estamos dentro da margem de erro", avaliou.

Já no cenário de mercado, a estimativa do IPCA para 2017 ainda está acima do centro da meta, em 5,5%. Para Goldfajn, porém, os ajustes propostos pelo governo, se aprovados pelo Congresso, criam as condições para quedas dessas projeções no futuro. "Estamos no início de ajustes da economia que, se aprovadas, têm potencial para continuar reduzindo incertezas, com a melhora da confiança e do custo Brasil. Outras medidas estão sendo estudadas e negociadas com a sociedade, e tenho a convicção de que as projeções do BC tendem a cair", acrescentou.

Mas, questionado pelos jornalistas, Goldfajn disse que não condiciona o retorno da inflação ao centro da meta apenas às medidas fiscais. "As medidas fiscais não são o único fator. Temos vários fatores que influenciam a inflação e isso continua valendo. Temos uma economia que está começando a mostrar melhora, além do retorno da confiança. Acredito que as projeções de inflação têm toda a chance de cair também", respondeu.

Ele evitou ainda comentar a reação do mercado ao RTI de hoje. "Sempre estamos dando o recado do Banco Central, qual a nossa meta, onde estamos mirando. Não comento aqui o que acontece no mercado após a nossa comunicação", concluiu. (Célia Froufe, Adriana Fernandes e Eduardo Rodrigues - celia.froufe@estadao.com; adriana.fernandes@estadao.com; e eduardor.ferreira@estadao.com)
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