Economia & Mercados
05/10/2021 09:12

Especial: Fenômeno da pandemia, podcasts ganham adaptações em vários países no Spotify


Por Bruno de Castro, especial para o Broadcast

São Paulo, 04/10/2021 - Entre os muito fenômenos da pandemia, o hábito de ouvir podcasts é daqueles que parece ter entrado na rotina das pessoas, mesmo com a retomada. Na gigante de origem sueca Spotify, o consumo dos programas de áudio aumentou 95% no segundo trimestre, em relação ao mesmo período do ano passado, mesmo com boa parte dos países desenvolvidos já de volta à rotina normal. O movimento impulsionou os resultados da empresa, cuja receita cresceu 23% no período, para US$ 2,3 bilhões.

Assim, a plataforma tem apostado em algumas estratégias para conseguir o máximo de retorno com os programas de áudio. Uma das iniciativas é investir na internacionalização de séries originais, especialmente as de ficção. Como os áudios não têm a possibilidade de legendagem dos seriados feitos para TV por streaming, Spotify tem avançado em adaptações de programas que fizeram sucessos em alguns países, com talentos de outras línguas.

Um exemplo é a série chilena de ficção Caso 63, disponível no Brasil como Paciente 63. Três dias após estrear no País, em julho, o programa ficou em primeiro lugar no ranking de podcasts durante um mês. No ano que vem, vai ganhar a segunda temporada brasileira, com a participação da atriz Mel Lisboa e do cantor Seu Jorge. Caso 63 também foi um dos mais ouvidos na América Latina. O mesmo ocorreu na Argentina, México, Chile, Colômbia e Estados Unidos, na versão em espanhol.

Outra série de ficção com adaptações em diferentes países é Sandra. O título foi lançado em 2018 nos Estados Unidos e ganhou versões no Brasil (Sofia), México (Sonia), França (Sara) e Alemanha (Susi). No País, foi o primeiro podcast que contou com atores de TV (Monica Iozzi, Otaviano Costa e Cris Vianna).

Outra iniciativa para faturar mais com os podcasts foi o lançamento do Spotify Audience Network, em abril, nos EUA. Com essa espécie de marketplace de anunciantes para os programas, a monetização foi multiplicada por três naquele país, segundo a empresa em seu balanço do segundo trimestre. Em julho, a área chegou a Austrália, Canadá e Reino Unido.

No fim do segundo trimestre, o Spotify tinha 2,9 milhões de podcasts na plataforma, contra 2,6 milhões do trimestre anterior. De acordo com a empresa, o tempo dos assinantes gasto com podcasts atingiu o recorde no período.

O Brasil foi um dos mercados onde a ficção mais cresceu (120%) no segundo trimestre. Na Argentina, o consumo das histórias em áudio subiu 400%, enquanto que no México, o aumento foi de 280% e, nos Estados Unidos, de 50%.

"O Brasil é um dos maiores mercados de podcast e com grande potencial para crescer", diz Javier Piñol, diretor do Spotify Studios para a América Latina e o mercado latino dos Estados Unidos. "A podosfera brasileira teve uma avalanche de criadores de conteúdo, apresentadores, atores e jornalistas do mais alto padrão."

Contato: bruno.castro@estadao.com
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