Por Mariana Durão e Vinicius Neder
Rio, 24/09/2019 - O Secretário de Geologia, Mineração e Transformação Mineral do Ministério das Minas e Energia, Alexandre Vidigal, afirmou que o desastre com a barragem da Vale em Brumadinho foi um caso isolado e que poderia ter acontecido em qualquer lugar do mundo. O rompimento da estrutura, em 25 de janeiro, deixou 249 mortos e 21 desaparecidos.
“A tragédia de Brumadinho não é a cara da mineração”, disse. “O que o mundo tem apresentado em termos de segurança de barragens não é muito diferente do que temos aqui. Ainda temos na condição de Brumadinho muito mais um fato excepcional do que um ponto de preocupação generalizado que gere mácula para o setor”, disse no FT Commodities Americas Summit, no Rio. Ele destacou que é preciso lembrar que a barragem de Brumadinho foi construída há décadas.
Vidigal disse ainda que não há como se cogitar mineração contemporânea sem olhar para a sustentabilidade e que a mineração que degrada é “caso de polícia”, mas também de políticas públicas. Retomando o tema do garimpo, o secretário disse que a atividade se presta à condição irregular por não encontrar um caminho adequado no Estado e reforçou o discurso de que o governo Bolsonaro quer transformar o patrimônio mineral brasileiro em riqueza.
Em relação à exploração mineral em terras indígenas, Vidigal disse que ou se faz com a prévia concordância da comunidade envolvida ou o intento governamental de expandir essas áreas está inviabilizado. “No momento em que certa comunidade indígena se manifesta contra um empreendimento mineral não haverá empreendedor que queira fazer. Quem empreende não quer conflito”, disse.
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