Economia & Mercados
01/08/2019 11:43

Despesa financeira líquida da Gol cai para R$ 418,1 milhões no 2º tri


A Gol teve despesa financeira líquida de R$ 418,1 milhões, indicando uma expressiva redução de R$ 1,6 bilhão na comparação com o mesmo período do ano anterior. Na mesma base de comparação, as variações cambiais e monetárias resultaram em ganhos de R$ 170 milhões, ante perdas de R$ 1,7 bilhão de igual período do ano anterior.

Entre abril e junho, as despesas da aérea com juros totalizaram R$ 161,7 milhões, registrando queda de 6,5% em relação ao mesmo período do ano anterior, reflexo principalmente da menor antecipação de contas a receber.

Já o resultado líquido com derivativos foi de R$ 2,1 milhões positivos, ante R$ 26,3 milhões negativos informados um ano antes, principalmente devido ao reconhecimento de ganhos com operações de hedge de combustível, enquanto as perdas não realizadas nos Exchangeable Senior Notes somaram R$ 282 milhões.

Este encargo, segundo a Gol, incluiu os juros incorridos no período, um custo pontual inicial relacionado à contratação do derivativo, a perda não realizada e sem efeito caixa relacionada à marcação a valor justo, "conforme as características da permuta, e os capped calls das Exchangeable Notes".

Custo operacional

A Gol registrou alta de 13,6% em seu custo operacional por assento disponível por quilômetro (CASK, como conhecido no jargão setorial) no segundo trimestre de 2019, atingindo 21,24 centavos de real. A empresa explica que reflete o aumento no preço por litro de combustível em 9,8% e a desvalorização do real frente ao dólar médio em 8,8%.

Por sua vez, o CASK excluindo despesas com combustível (CASK ex-combustível) ficou em 15,53 centavos de real no trimestre encerrado em junho, indicando um aumento de 12,4% na base anual. Segundo a Gol, a alta se deve, principalmente, devido à reoneração da folha de pagamentos e maior depreciação por ASK decorrente da capitalização de manutenção em componentes das aeronaves (incluindo motores), do maior número de aeronaves comparáveis na frota considerando oito novas aeronaves, ao acréscimo de aproximadamente 10% nas taxas de pouso e navegação devido e uma provisão de R$ 192 milhões para re-delivery de aeronaves.

O breakeven da taxa de ocupação da Gol caiu em 3,7 p.p. no segundo trimestre de 2019, atingindo 71,6%, ante 75,3% de um ano antes, explicado em sua maior parte pelo crescimento da receita líquida de passageiros no trimestre.

Yield, PRASK e RASK

O yield líquido, isto é, o valor médio pago por um passageiro para voar um quilômetro, ficou em 31,76 centavos de real no segundo trimestre de 2019, alta de 23,4% em relação a igual intervalo de 2018, reflexo do incremento do custo unitário total que foi responsável por aproximadamente 90% da variação da receita unitária, aliado ao cenário de oferta da indústria.

Já o PRASK líquido, ou seja, a receita de passageiros dividida pelo total de assentos-quilômetro disponíveis, atingiu 26,03 centavos de real, 29,5% maior na base anual. O indicador foi impulsionado por um crescimento na receita líquida com passageiros em 37,9% no trimestre.

O RASK líquido (receita operacional dividida pelo total de assentos-quilômetro oferecidos), por sua vez, somou 27,63 centavos de real, aumento de 25,3% em um ano.

Estimativa

Com base nas tendências atuais para receita e reservas de passageiros, a Gol estima que o custo operacional por assento disponível por quilômetro (CASK) do terceiro trimestre de 2019 aumentará aproximadamente 11% a 13%, ano contra ano. Em seu informe de resultados, a aérea observa que tem protegido por contratos de hedge aproximadamente 67% de seu consumo de combustível para o ano de 2019, a um preço médio de aproximadamente US$ 62 e 56% do seu consumo de combustível para o ano de 2020, a um preço médio WTI de US$ 64. Segundo a empresa, a estimativa está respaldada nas tendências de receita e reservas de passageiros, que permanecem fortes.

Apesar da suspensão temporária das operações com o Boeing 737 MAX, a empresa afirma que sua malha aérea está apresentando um bom desempenho e as "perspectivas financeiras para o segundo semestre de 2019 permanecem sólidas".

Com relação à perspectiva de retorno das atividades com o 737 Max, que estão suspensas desde março deste ano, no informe de resultados o presidente da companhia, Paulo Kakinoff, reafirmou que a empresa possui flexibilidade em seu plano de frota, incluindo a possibilidade de arrendar mais aeronaves Boeing 737 NG.
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