Economia & Mercados
29/07/2016 11:29

Venda de fatia no BM-S-8 não tem impacto em reservas ou produção, diz Petrobras


A venda da participação da Petrobras no bloco exploratório BM-S-8 para a Statoil Brasil Óleo e Gás não irá representar um impacto nas reservas da companhia, ou em sua produção, visto que o bloco ainda não estava operacional e não existem reservas associadas a esse ativo. A afirmação foi dada nesta sexta-feira, 29, pela diretora de Exploração e Produção da Petrobras, Solange Guedes.

Além disso, segundo ela, a venda não compromete o fluxo de caixa da companhia. "Nossa estratégia prioriza uma forte geração de caixa no curto prazo e que não pressione mais a nossa alavancagem financeira", disse a executiva em entrevista coletiva. A decisão, assim, é ter uma visão mais integrada, para desalavancar a empresa e ter sustentabilidade no longo prazo.

"Esse era um ativo em fase exploratória e tem essa característica de pressionar muito o nosso fluxo de caixa no curto prazo, por uma demanda de capital. A descoberta demanda elevados investimentos, forçando a alavancagem da companhia, para um retorno de investimento que vai acontecer apenas na próxima década", explicou.

Solange disse ainda que a estratégia de gestão de portfólio da Petrobras tem ainda outros atributos, como analisar o fato de a companhia ter uma carteira de ativos muito localizada no Sudeste brasileiro, o que, segundo ela, traz uma vantagem competitiva por conta da infraestrutura logística. "Nós estamos priorizando ativos que alavancam essa escala dessa infraestrutura, que alavancam nossa política de padronização de projetos. Isso traz valorização para a companhia", disse.

Desinvestimento
O anúncio da venda da fatia da Petrobras no bloco exploratório BM-S-8 é emblemático no sentido de que aponta o trabalho da companhia para atingir sua meta de desinvestimento anunciada para o biênio de 2015/2016, de US$ 15,1 bilhões, disse o diretor Financeiro e de Relações com Investidores da Petrobras, Ivan Monteiro. "Estamos trabalhando duro para atingir nossa meta de desinvestimento e parcerias", destacou.

"Nós fizemos em um pouco mais de três dias úteis quatro anúncios bastante importantes para a Petrobras", disse Monteiro, em coletiva de imprensa em São Paulo. Além do anúncio desta sexta-feira, a Petrobras informou a venda de ativos no Chile, a conclusão da venda da Petrobras Argentina e o acordo de exclusividade para a venda de participação na petroquímica Suape e Citepe com a Alpek.

"Isso mostra todo o empenho que tem sido dado para atingir esse objetivo (de desinvestimento). Nós precisamos aumentar a previsibilidade do que a Petrobras faz. Precisamos aumentar a confiabilidade do que a Petrobras faz. Divulgamos metas e objetivos e entregamos. Isso foi feito no passado com a produção de óleo e gás no Brasil e isso vai ser feito neste ano da mesma forma. Temos um compromisso de desinvestimento de US$ 15,1 bilhões e estamos trabalhando em diversas frentes para atingir esse objetivo", destacou o executivo.

Monteiro disse que a operação é emblemática, não só porque "coroa um ano de negociações, fruto do trabalho de longo prazo da companhia, mas pelo conjunto de iniciativas que temos adotado, como o novo modelo de negócios da BR (Distribuidora)".

O diretor da Petrobras afirmou ainda que essa foi a maior operação de fusão e aquisição neste ano no setor e a segunda no Brasil, perdendo apenas para a venda do HSBC ao Bradesco, que foi concluída apenas no começo de julho.

Dos desinvestimentos já anunciados, Monteiro disse que US$ 1,6 bilhão já foram para o caixa da companhia: US$ 700 milhões da venda da Gaspetro e US$ 900 milhões da Petrobras Argentina.
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