Economia & Mercados
16/11/2018 06:39

Credit Suisse reitera outperform Bradesco e espera melhora adicional de rentabilidade


Pequim, 16/11/2018 - O Credit Suisse reiterou, em relatório ao mercado, recomendação outperform, ou seja, acima da média de mercado, para as ações do Bradesco e acredita que o banco está no caminho certo para obter uma melhora adicional de rentabilidade. O banco deve ultrapassar a barreira dos 20% de retorno sobre o patrimônio líquido (ROE, na sigla em inglês) a partir de uma combinação de melhor estrutura de gastos com redução na rede de agências de 150 no próximo ano (150 em 2018 e 500 em 2017) e ganhos de eficiência decorrentes do maior uso dos canais digitais além de aumento de receitas, conforme os analistas Marcelo Telles, Lucas Lopes, Alonso Garcia e Otávio Tanganelli.

Eles, que participaram de uma reunião de analistas com a alta cúpula do Bradesco na NYSE, como parte da comemoração do 75º aniversário do banco, esperam que a rentabilidade do Bradesco chegue 20,8% em 2019. "Saímos da reunião ainda mais positivamente sobre as perspectivas para o banco e mais confiantes de que o caminho está definido para uma melhoria adicional de rentabilidade", destacam os analistas do Credit, em relatório.

Ao final de setembro, a rentabilidade do Bradesco chegou a 19%, aumento de 0,6 ponto porcentual ante junho, encostando no concorrente Santander Brasil, com 19,5% de retorno, e que ocupa atualmente a segunda colocação no ranking de lucratividade entre os grandes bancos no País. Apesar de admitir que o competidor "é bom", o presidente do Bradesco, Octavio de Lazari, disse, em entrevista ao Broadcast, no início desta semana, que o banco vai "buscar a segunda posição com afinco no primeiro semestre do próximo ano".

Os analistas do Credit Suisse também chamam a atenção para a intenção do Bradesco de elevar sua carteira de crédito em dois dígitos no próximo ano. A administração transmitiu uma mensagem positiva sobre as perspectivas para a economia brasileira e o cenário para o banco passadas as eleições presidenciais no Brasil, devido à abordagem favorável ao mercado, nomeação de uma equipe forte pela nova administração e ao impacto positivo de reformas recentes, especialmente a reforma trabalhista, com redução de 47% nas ações, sendo 43% delas com valores menores reivindicados desde então. "O Banco tem apetite para crescer e com crescimento esperado do PIB de 2,8% em 2019, a administração prevê crescimento de dois dígitos nos empréstimos", ressaltam Telles, Lopes, Garcia e Tanganelli.

No lado da receita, eles ressaltam que a margem financeira (NII, na sigla em inglês) deve se beneficiar de um crescimento de dois dígitos nos empréstimos com melhor mix devido ao maior crescimento do empréstimo para pessoas físicas e às pequenas e médias empresas (PMEs), apesar da expectativa de alguma redução nos spreads de crédito. Quanto à qualidade dos ativos, os analistas do Credit dizem que a expectativa do Bradesco é de contínua melhora, o que tende a contribuir para o crescimento da rentabilidade, à medida que as novas safras de crédito continuam a ter um melhor desempenho. O uso de reservas em excesso não foi descartado pela administração, de acordo com analistas, com atualizações de classificações de rating de clientes em potencial começando a fazer parte da discussão.

Para a seguradora do banco, a Bradesco Seguros, as perspectivas também continuam promissoras, segundo eles, principalmente, por conta da melhora na sinistralidade, apesar do crescimento menor do que o esperado nos prêmios. A alta cúpula do banco também sinalizou Disciplina de capital, com custo de capital a 14%, e espaço para elevar o pagamento de dividendos. "Considerando as oportunidades limitadas para a implantação de capital inorgânico e como o banco continua a acumular capital, um índice de pagamento mais alto não deve ser descartado", informam os analistas do Credit.

Adquirência
A mensagem do Bradesco quanto ao negócio de adquirência, no qual atua por meio da Cielo, em sociedade com o Banco do Brasil, segundo os analistas do Credit, é de que a competição deve permanecer acirrada e que a Cielo preparou e ajustou seu modelo de negócios para competir agressivamente. Eles acrescentam ainda a informação dada pela administração do banco se que a companhia não poderia ser mais agressiva antes já que tiveram que esperar aprovado pelo Banco Central para a aquisição da Stelo, que vai atuar no segmento de venda de maquininhas, principal foco da concorrente PagSeguro, do Uol, e a falta de terminais para vender. Essas questões, conforme os analistas do Credit, ficaram para trás.

Nos últimos quatro meses, o Bradesco já vendeu 200 mil maquininhas e segue investindo em marketing e em sua força de vendas. Telles, Lopes, Garcia e Tanganelli afirmam ainda que a adquirente está mais competitiva em termos de preço e não tem nada a perder em relação ao mercado da PagSeguro. Acrescentam ainda que, conforme a administração do Bradesco, não está no radar o fechamento de capital da Cielo. (Aline Bronzati - aline.bronzati@estadao.com, colaborou Ricardo Leopoldo, correspondente - ricardo.leopoldo@estadao.com)
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