Economia & Mercados
31/08/2018 12:06

BC/Baldini: ganho com swaps em julho favoreceu redução da conta de juros


Brasília, 31/08/2018 - O chefe adjunto do Departamento de Estatísticas do Banco Central, Renato Baldini, afirmou há pouco que o ganho do Banco Central com sua posição de swaps em julho, de R$ 8,6 bilhões, favoreceu a redução do montante de juros pagos no mês passado. Em julho de 2017, o ganho com swaps havia sido de R$ 5,1 bilhões.

Conforme os dados divulgados hoje pelo BC, as despesas com juros somaram R$ 25,762 bilhões em julho, ante R$ 28,482 bilhões em julho do ano passado. "A principal diferença de julho deste ano para julho do ano passado foi o swap cambial positivo", disse Baldini.

Este resultado foi positivo porque o dólar recuou ante o real no mês passado, o que permite ganhos para a posição em swaps do BC, contabilizada na rubrica de juros das estatísticas fiscais. "Se não se considerasse os swaps, teríamos tido gasto com juros de US$ 34,4 bilhões em julho, contra R$ 33,6 bilhões em julho do ano passado", acrescentou.

Ao mesmo tempo, Baldini ponderou que a redução da Selic (a taxa básica de juros da economia) e da inflação contribuem para a queda dos juros nominais. "Tivemos repique de inflação por conta da greve dos caminhoneiros", acrescentou, em relação ao movimento ocorrido entre o fim de maio e o início de junho.

"A inflação e a Selic estão entre os principais indicadores da dívida e estão em patamares baixos, com perspectiva de manutenção em níveis baixos", avaliou Baldini. No entanto, ele pontuou que a tendência de alta da dívida líquida, que atingiu 52,0% do PIB em julho, deve continuar enquanto déficits primários seguirem sendo registrados.

Ao avaliar o déficit primário de R$ 3,401 bilhões em julho, Baldini chamou atenção para o fato de ele ser inferior aos R$ 16,138 bilhões de rombo registrado pelo setor público em julho do ano passado. "Ao comparar com o ano passado, temos observado déficits primários menores. Se continuar desta forma, há espaço para a meta fiscal ser cumprida com folga este ano", ponderou. A meta de déficit primário do setor público consolidado considerada pelo governo é de R$ 161,3 bilhões para 2018.

Baldini disse ainda que os Estados, assim com o a União, passam por um esforço de consolidação fiscal. Em julho, os governos regionais - que reúnem Estados e municípios - apresentaram déficit de R$ 1,848 bilhão. Em julho do ano passado, o rombo havia sido de R$ 2,652 bilhões. (Fabrício de Castro - fabricio.castro@estadao.com)
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