Por Bárbara Nascimento
São Paulo, 8/7/2022 - Com uma previsão de inflação de 5,9% para o ano que vem - bem acima do teto da meta do Banco Central, de 4,75% -, a economista-chefe do Credit Suisse Brasil, Solange Srour, vê um ambiente desafiador para o Banco Central (BC) neste momento. Em entrevista ao
Broadcast, ela ressalta que, se a autoridade monetária decidir interromper as altas em agosto, esta será a primeira vez que o ciclo de elevação é interrompido com expectativas ainda subindo e tão longe da meta. "Então existe pouca credibilidade de que a meta vai ser buscada em 2023", resume.
Foto: Divulgação/Credit Suisse
Ela lembra que garantir uma inflação sob controle no ano que vem é essencial para viabilizar o alcance do centro da meta em 2024, como estima o BC. Para ela, inclusive, o Banco Central terá de aumentar a previsão atual para 2024, de inflação de 2,7%, para tornar crível o cenário de juros altos por mais tempo. "Na reunião [
do Copom] de agosto vão ter de subir a expectativa de 2023 e de 2024. Não estou dizendo que tem de ficar alinhado com a do mercado, mas para ficar mais crível o discurso de que [
o juro] vai ficar parado por muito tempo, pelo tempo que for necessário", afirma.
O Credit vê o início do afrouxamento nos juros no segundo semestre do ano que vem, mas Solange afirma que, se o BC revisar seu IPCA para 2024, pode rever a projeção do banco para uma Selic alta por mais tempo. Também afirma que o banco deve rever pra cima sua projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2022, hoje em 1,4%, caso seja aprovado o pacote de estímulos que aguarda, agora, aprovação do plenário da Câmara.
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