São Paulo, 19/09/2018 - O candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, disse nesta quarta-feira, 19, que Fernando Haddad (PT) estará no segundo, mas o presidenciável do PSL, Jair Bolsonaro, não. O deputado federal já teria atingido um teto de votos, segundo o ex-governador.
"Precisamos escolher quem vai com o PT no segundo turno. O PT já está no segundo turno", disse Alckmin durante sua participação do evento Páginas Amarelas da Veja. Depois, questionado por jornalistas se Bolsonaro, líder nas pesquisas, não estaria também no segundo turno, ele disse que não. "Eu vejo que a curva do candidato (Fernando Haddad, do PT), é uma curva ascendente. (A do Bolsonaro) Não, está no teto e tenderá a cair", disse o candidato tucano.
No entendimento do tucano, as pessoas querem votar em Bolsonaro para evitar a volta de um governo petistas. "Você tem uma parte do voto do Bolsonaro que não é dele, é anti-PT. (Votar nele) É o passaporte pra volta do PT. Só que você pode votar em A e eleger B. Quando você verifica no segundo turno, não tem possibilidade a candidatura do Bolsonaro, não é viável", afirmou, lembrando a alta rejeição do presidenciável e que ele pode perder para todos os outros nomes num eventual segundo turno.
Alckmin tenta se apresentar como o candidato de centro, anti-PT. Ele teve uma reunião ontem com aliados em que se comprometeu intensificar o ataque aos adversários na campanha.
"O radicalismo e o extremismo do PT levou a um radicalismo do outro lado. O Brasil não vai para lugar nenhum pelos extremos, por esse ódio", disse. Sem ser questionado, comentou ainda a proposta do economista de Bolsonaro, Paulo Guedes, de voltar com a CPMF. "Ele quer criar imposto novo. Eu defendo ajuste pelo lado da despesa".
O tucano patina nas pesquisas, apesar de ter o maior tempo de rádio e TV. No Ibope divulgado ontem, marca 7% de intenção de voto, dois pontos abaixo da pesquisa anterior. Alckmin está atrás de Bolsonaro (28%), Haddad (19%) e Ciro Gomes (11%), do PDT. O candidato está empatado tecnicamente com Marina Silva (Rede), que tem 6%.
Em entrevista coletiva a jornalistas após o evento, Alckmin disse que a campanha ainda está em aberto. "(A campanha) está por ondas: onda Marina, onda Ciro, onda Haddad. O que vai valer é a última onda". (Marianna Holanda e Caio Rinaldi)
