Por Levy Teles
Brasília, 10/04/2024 - Por 277 votos a favor, 129 contra e 28 abstenções, a Câmara dos Deputados aprovou na noite desta quarta-feira, 10, a manutenção da prisão do deputado federal Chiquinho Brazão (sem partido-RJ), decretada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Brazão foi detido preventivamente no final de março sob a acusação de ser o mandante do assassinato da vereadora do Rio Marielle Franco.
Foi uma vitória parelha, que enfrentou resistência de deputados da oposição capitaneada pelo PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, e do Centrão, em especial o União Brasil, que orientou voto contrário à detenção.
Bastaram duas semanas - a votação foi adiada por um pedido de vista coletivo - para reverter o clima na Câmara. No final de março, o indicativo era de uma fácil aprovação da prisão. Na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa, os deputados votaram, por 39 a 25, para manter Chiquinho Brazão preso.
A oposição dialogou com o Centrão para tentar derrubar a prisão do deputado, para enviar uma mensagem de reação ao Supremo Tribunal Federal (STF) e a Moraes. Uma parte dos parlamentares considera que o ministro não poderia ter decretado a prisão de Brazão. O crime foi cometido há seis anos.
Governo, oposição e alguns integrantes do Centrão atuaram intensamente ao longo desta quarta-feira, 10, para tentar virar votos para o seu lado.
Figura presente na articulação contra foi Danielle Cunha (União-RJ), filha do ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha. Ela esteve constantemente dialogando com deputados da bancada do Rio de Janeiro, do União Brasil e com demais parlamentares, na tentativa de virar votos.
O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), precisou atuar nos bastidores desta quarta-feira para assegurar a vitória na CCJ.