Política
24/11/2017 12:10

Presidente do BNDES pede que, em 2018, eleitores "não se prendam a nomes'


Brasília, 24/11/2017 - Apresentado como pré-candidato à Presidência da República pelo Partido Social Cristão (PSC), o economista Paulo Rabello de Castro, presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), disse esperar que, nas eleições de 2018, os eleitores do País não se prendam a nomes, mas a propostas.

Apesar de negar que seja oficialmente candidato à Presidência, Castro discursou como político durante os dois dias em que participou de eventos com os principais produtores rurais do Mato Grosso, em encontros nas cidades de Cuiabá e Nova Mutum. "2018 é o ano político, o ano da reflexão e do debate. Em 2018, espero que não nos prendamos a nomes, mas a agendas, pautas e a propostas e, principalmente, a entregas", disse Castro.

Fiel ao estilo que tem marcado a sua condução do BNDES nos últimos seis meses, Castro voltou a criticar o que chama de "manicômio fiscal brasileiro", referindo-se aos gastos públicos da União.

No Mato Grosso, o presidente do BNDES festejou a aprovação de uma PEC estadual que, já no ano que vem, vai limitar os gastos fiscais do Estado. "É essa disciplina que nos impõe nossa capacidade de nos superar. É a disciplina fiscal."

A agricultura do Mato Grosso paga as contas do Estado brasileiro, a agricultura encheu as burras das reservas nacionais do Brasil", afirmou. "A indústria brasileira paga todo o manicômio tributário e enfrenta o juro que der. É essa a preocupação do BNDES. Nós temos que de fato estar mais próximo do empresário industrial."

Castro disse que o governo trabalha para conseguir não uma "reforma", mas uma "simplificação tributária" que poderá ocorrer em 2018, "conjugada a um processo mais amigável de taxa de juros". "Revertida essa equação fatídica, esse País cresce 4% em 2018."

"Novas fontes de fundos serão buscadas pelo próprio BNDES para tomar recursos. Tenho ido já ao exterior e buscado melhorar as condições do próprio BNDES", disse Castro, que ainda deu espaço para uma autocrítica em relação ao modo como o governo lida com o bando de fomento.

"O BNDES é o único banco de desenvolvimento do mundo que paga imposto de renda, IOF e toda carga para o mesmo sujeito que é o acionista dele. O único resultado é que ele tem que incluir toda essa carga tributária num spread bancário com o dinheiro que os senhores mesmos utilizam", afirmou. "A corda do enforcado aperta a goela do industrial para servir à respiração do setor que apenas vive de juros."

O presidente do BNDES anunciou que o banco terá uma base física no Mato Grosso, para um contato direto entre técnicos do banco e produtores. "O BNDES precisa pisar no barro, precisamos ter gente nos locais, essa presença física é absolutamente crucial, faz toda a diferença." (André Borges)
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