Política
01/02/2021 23:48

Lira, como presidente, anula validade de bloco partidário formado por Baleia Rossi


Por Camila Turtelli, Anne Warth e Matheus de Souza

Brasília, 01/02/2021 - Recém-eleito novo presidente da Câmara, o deputado Arthur Lira (PP-AL) prometeu fazer uma gestão equilibrada e que olhe para a direita, o centro e a esquerda. Com 302 votos, bem acima dos 145 de seu adversário, Baleia Rossi (MDB-SP), o líder do Centrão não sentou à Mesa Diretora e fez o discurso de pé. Disse saber o peso e a dimensão de seu cargo, que é igual a todos os parlamentares e que “toda glória é efêmera”.

Seu primeiro ato, porém, foi anular o ato do ex-presidente Rodrigo Maia (DEM-RJ), que reconheceu o bloco de Baleia Rossi (MDB-SP), e cancelou as eleições para os demais cargos da Mesa Diretora. A nova eleição, anunciou Lira, será realizada nesta terça-feira, 2, às 16 horas. Um novo cálculo de proporcionalidade será realizado, o que pode excluir os partidos da oposição da composição da mesa.

O discurso de Lira caminhava para a contemporização dos conflitos durante a campanha. Ele cumprimentou seu adversário, Baleia Rossi. Sobre Maia, no entanto, disse que "a história irá julgar seu legado".

Antes do anúncio, ele disse ter a dimensão da responsabilidade e do peso do cargo."Quero antes de tudo, agradecer e assumir o compromisso de corresponder com a minha mais absoluta dedicação, humildade e determinação a confiar que me foi conferida”, afirmou, ao lado do pai, o ex-deputado e ex-senador Benedito de Lira.

“Como já notaram, fiz que questão de iniciar essa minha jornada com um gesto simbólico. Eu estou aqui de pé depois de eleito, ao lado desta cadeira do presidente ainda vazia, fazendo esse discurso de pose de pé, em homenagem a todos os presentes, de todos os partidos, aos que votaram e aos que não votaram em mim. É um gesto de respeito a este plenário, o verdadeiro e único presidente da Câmara, o plenário, composto por outros 512 senhores e senhoras deputadas.”

Em respeito às mais de 200 mil vítimas do novo coronavírus, Lira pediu um momento de silêncio e defendeu a vacinação em massa. Disse que a democracia é uma construção política, mas também física, e afirmou que buscará pontos mínimos em comum, juntamente com os demais poderes, para enfrentar a covid-19.

“O plenário deve ser a voz de todos, e não a voz de um”, afirmou. “Não me confundo com essa cadeira e jamais irei me confundir. Sou um deputado igual a todos, não sou e não serei a cadeira que irei ocupar temporariamente nesta legislatura. Tenho consciência do que sou, estarei presidente. Toda glória é efêmera, e na vida pública, o essencial não são as pompas, mas o que deixamos como legado.”

Lira defendeu o estabelecimento de uma “pauta emergencial”, a ser discutida com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG). “Tenho certeza que essa Casa encontrará pontos mínimos comuns para, juntamente com os demais poderes, ajudar o povo brasileiro a enfrentar os traumas e as dores da pandemia”, disse. "Vejam bem, pauta emergencial, para encaminharmos os temas urgentes que exigem decisões imediatas. O que fará parte desta pauta? Não serei eu que irei dizer, seremos nós, todos nós.”

O deputado pregou amparo aos brasileiros "em estado de desespero econômico por causa da covid-19". "Temos que examinar como fortalecer nossa rede de proteção social. Temos que vacinar, vacinar, vacinar o nosso povo, temos que buscar o equilíbrio de nossas contas públicas. De dialogar com a sociedade o mercado de forma transparente, para que haja uma compreensão do que é possível e não é possível fazer, e daquilo, que de forma previsível, como sempre falamos por onde andamos, pode ser pactuado ou não", afirmou.
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