Política
26/04/2018 20:38

Skaf cobra apoio a sua campanha ao governo de SP


Brasília, 26/04/2018 - Em mais um dia de articulações políticas, de olho nas eleições de outubro, o presidente Michel Temer, recebeu, na manhã de ontem, no Palácio do Planalto, o presidente da Federação das Indústrias de São Paulo, Paulo Skaf, para cobrar dele e do presidente do seu partido, senador Romero Jucá (RR), o apoio do governo à sua candidatura ao governo do Estado.

O emedebista, que de acordo com pesquisa Ibope está tecnicamente empatado com João Dória, do PSDB, na corrida pelo governo do Estado, não gostou de saber que poderia ser excluído da disputa do cargo, caso fosse acertado um entendimento para composição de uma candidatura ao Planalto do tucano Geraldo Alckmin, tendo como vice o emedebista Henrique Meirelles, com apoio ao ex-prefeito de São Paulo para o seu lugar no governo paulista, com ele sendo deslocado para concorrer ao Senado.

Justamente pela sua posição na pesquisa e pelo potencial que considera ter, Skaf entende que não pode ser abandonado pelo partido, em nome de uma outra aliança nacional. O mal-estar causado por toda essa negociação em curso levou o presidente Michel Temer a ser obrigado a se posicionar publicamente, no início da tarde, em favor do candidato do seu partido, saindo em defesa de Skaf, ao dizer que é um nome com chances na disputa pelo governo de São Paulo. "Ele é um candidato forte, está com bons dados na pesquisa", declarou Temer, após cerimônia no Planalto, cerca de duas horas depois de ter se reunido com Skaf no Planalto e ouvir as queixas.

Na reunião, também estava presente o líder do MDB na Câmara, deputado Baleia Rossi, que assim como Skaf e Temer, é de São Paulo. Skaf disse que não quer disputar uma terceira eleição ao governo de SP, sem apoio real das lideranças do seu partido. O presidente Temer e seus aliados mais próximos, sabem que o momento ainda é de indefinição total em relação à campanha eleitoral de outubro, que toda essa novela de negociações está apenas começando.

Mas sabem também que Temer não pode ficar parado sob risco de ser alijado do processo, sem encontrar forças políticas para influenciar neste jogo eleitoral. Por conta da necessidade de estar e se fazer presente na disputa, ainda que não seja como candidato, já que sabe que suas chances são nulas, o presidente trabalha para sentir o pulso de onde deverá efetivamente investir, para seu partido não ser um fracasso nas urnas e poder dar o tom das alianças e palanques nos estados.

Temer, na verdade, luta para não se tornar um José Sarney de 1989, quando sua influência nas eleições foi desprezível. Na semana que vem ele tem mais dois jantares com presidentes de diretórios do MDB. Por isso mesmo, Temer quer continuar viajando pelo País, para vender o seu legado. Neste sábado, vai a Uberaba, em Minas, e semana que vem, estará em Ribeirão Preto e Barretos. Muitas outras viagens serão programadas depois do seu regresso da longa viagem à Ásia. (Tânia Monteiro e Carla Araújo)
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