Política
23/09/2022 15:33

Eleições 2022/Julius Baer: Futuro presidente deve garantir crescimento com condições fiscais


Por Sofia Aguiar

São Paulo, 23/09/2022 - De olho nas eleições presidenciais do Brasil, o banco suíço Julius Baer divulgou uma nota em que avalia que o próximo chefe do Executivo terá que garantir que o crescimento do Brasil permaneça sustentável, com foco na melhoria das condições fiscais sem comprometer as condições de inflação. Para isso, a organização financeira considera que serão necessárias grandes reformas, principalmente em matéria fiscal e administração, ao mesmo tempo que o País deve estar atento ao teto de gastos.

Em nota divulgada, o banco diz que, embora o Brasil deva encerrar 2022 com superávit primário, é necessária uma futura presidência da República que se proponha a atenuar as preocupações sobre a sustentabilidade da dúvida das finanças públicas. No entanto, a instituição aponta que não está clara a consolidação fiscal, dadas as agendas divergentes entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o atual chefe do Executivo, Jair Bolsonaro (PL).

“Lula tem sido mais vocal do que Bolsonaro em assegurar aos eleitores que gastos públicos mais altos seriam amplamente compensados ??por outras medidas, por exemplo, aumentos de impostos. No entanto, quer Lula ou Bolsonaro vença, nós esperar que a situação fiscal do Brasil seja uma grande preocupação até que haja mais visibilidade sobre como a consolidação fiscal será alcançada e se o Congresso dará seu apoio ao novo governo
conta de orçamento.”

Dentre as principais preocupações que o próximo presidente deve ter, Julius Baer cita o teto de gastos, reformas administrativa e tributária e privatizações de estatais. Sobre a reforma administrativa, o banco diz que o novo presidente terá a necessidade de conter os gastos com folha de pagamento, que continua sendo um dos maiores encargos sobre as despesas anuais do governo. Já sobre a reforma tributária, a instituição diz que projetos ganharam destaque nos últimos anos, “mas teve que dar um passo atrás devido à pandemia”.

O banco pontua que o Brasil foi um dos poucos países do mundo a ter visto revisões de crescimento em 2022, mas espera uma desaceleração nos próximos trimestres. Na visão da instituição, uma alta da economia brasileira em 2023 permanecerá dependente do cenário macroeconômico global, que impacta os preços das commodities, enquanto o resultado da eleição presidencial não deve ter um “grande efeito direto”.

Na nota, o banco diz que, caso o ex-presidente - líder nas pesquisas de intenções de voto - seja eleito, será vital monitorar a seleção de membros do gabinete, em especial do Ministério da Economia. “A nomeação de um ministro das Finanças mais centrista enviaria fortes sinais ao mercado de que Lula seguiria um agenda de política econômica mais ortodoxa, semelhante à perseguida durante sua primeira presidência”, avalia. Além disso, Julius Baer destaca a importância da nova composição do Congresso Nacional para a aprovação de projetos.

A classificação que o banco faz sobre as ações brasileiras é Neutra devido à volatilidade a curto prazo em torno do período eleitoral. Contudo, do ponto de vista de avaliação, o banco analisa o Brasil como o mercado de ações mais atraente da América Latina.

Contato: sofia.aguiar@estadao.com
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