Por Tânia Rabello
São Paulo, 11/03/2021 - O consultor em logística, portos, navegação e integração de modais Luiz Antonio Pagot, ex-diretor-geral do DNIT, disse há pouco que não somente grãos vão disputar os vagões das ferrovias que têm por destino os portos do Arco Norte. Em evento promovido pelo Insper Agro Global neste início de noite, Pagot citou que, no caso da Ferrogrão (que sai de Sinop, em Mato Grosso, até Miritituba, no Pará), pelo menos 25 produtos poderão ser transportados. "Não são só grãos; temos farelo de soja, cargas frigoríficas como carnes, DDG (resíduo da produção de etanol de milho), fora os produtos provenientes da Zona Franca de Manaus", citou, ao reforçar a viabilidade econômica deste projeto.
Em relação às três principais ferrovias que têm o Norte do País como destino, partindo de Estados do Centro-Oeste (Ferronorte, Ferrogrão e Ferrovia Norte-Sul), Pagot disse que elas devem estimular transformações maiores ainda do que as que já estão ocorrendo no chamado Arco Norte. "Ainda há restrição de calados (profundidade do porto para receber navios de grande porte), que impede navios maiores de serem carregados, mas essas ferrovias serão transformadoras", citou Pagot.
Sobre o potencial das três ferrovias Pagot citou que, quando estiverem prontas, poderão transportar, por ano, entre outras cargas, 11.120 comboios de 120 vagões de milho de 90 toneladas; 1.600 comboios ferroviários com 55 vagões para transportar algodão (4 milhões de toneladas); 1.200 comboios para transportar 3,5 milhões de toneladas de carnes; 1.450 comboios para o transporte de 5,6 milhões de toneladas de etanol, e 1.750 comboios para transportar 4,8 milhões de DDG. No total, Pagot disse que as três ferrovias somarão 17.220 comboios disputando toda essas cargas. "Que os caminhões transportem 30% a 40% disso, ainda sobra muita carga para esses trens", finalizou.
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