Agronegócios
01/07/2021 08:39

JBS antecipa em 5 anos meta de desmatamento ilegal zero no Cerrado, Pantanal, Mata Atlântica e Caatinga


Por Tânia Rabello

São Paulo, 01/07/2021 - A JBS anunciou que vai adiantar em cinco anos, de 2030 para 2025, sua meta de alcançar o desmatamento ilegal zero nos biomas Cerrado, Pantanal, Mata Atlântica e Caatinga. O prazo para essas regiões do País vem se igualar, agora, com o bioma Amazônia, cujo objetivo inicial já era 2025, informa o diretor de Sustentabilidade da JBS, Márcio Nappo. Segundo informou a companhia, a antecipação ocorre por causa do avanço bem-sucedido do projeto Plataforma Pecuária Transparente, voltado a auxiliar o monitoramento dos fornecedores de gado dos fornecedores diretos da JBS.

Por meio dessa tecnologia, é possível rastrear a origem do gado desde o seu nascimento e verificar, assim, se o animal passou, em algum momento da vida, por propriedades com alguma restrição ambiental, social ou trabalhista, como áreas desmatadas ilegalmente, com uso de trabalho análogo à escravidão ou infantil, ou embargadas pelo Ibama. Mapeando todos os fornecedores, diretos e indiretos, a JBS pretende eliminar as eventuais irregularidades, e, paralelamente, estimular a regularização dos fornecedores vetados.

Segundo Nappo, para este ano o objetivo da empresa era atingir 1 milhão de cabeças de gado rastreáveis dentro da plataforma, só que, em três meses de operação, 40% da meta já foi alcançada. "Esse avanço nos deu bastante segurança para antecipar nossa meta de desmatamento ilegal zero para aqueles quatro biomas", continua o diretor de Sustentabilidade. "É um número bastante representativo, levando em conta que estamos no início do processo e que, por enquanto, se trata de adesão voluntária dos pecuaristas."

A JBS espera que, até 2025, tenha 100% dos bovinos que abate inseridos na plataforma - e, junto com eles, um mapeamento de todas as propriedades por onde a boiada circulou ao longo da vida. No primeiro trimestre de 2021, a companhia informou ter abatido 33.850 bovinos por dia útil em suas 36 unidades de processamento no País. Ou seja, se fosse hoje, teria de ter cadastrado, em um ano, até 8 milhões de cabeças na Pecuária Transparente. Além disso, conta com uma cadeia de 80 mil fornecedores diretos de gado em todo o País e que já são monitorados diariamente em relação a regras ambientais desde 2009, cobrindo uma área maior do que o território da França, ou 85 milhões de hectares.

Na plataforma, que usa a tecnologia blockchain, o pecuarista fornecedor de gado terminado para a JBS insere seus dados e também informações de quem lhe forneceu bois magros e bezerros para recria e engorda - os chamados "fornecedores indiretos", que, até então, eram o principal gargalo da cadeia produtiva para conseguir rastrear a origem de todo o rebanho. "Sem a blockchain, seria muito mais difícil fazer a gestão da segurança e de informações de terceiros", comenta Nappo. "Esta tecnologia garante que as informações serão manipuladas de maneira correta e confidencial." A partir daí, no próprio programa, o criador tem condições de saber se quem lhe está fornecendo boi magro tem uma propriedade em conformidade ambiental, social e trabalhista, por meio de informações concedidas pela própria plataforma, instantaneamente. "Além disso, o sistema georreferenciado por imagens via satélite também viabiliza o acompanhamento de fazendas em todos os biomas", complementa.

Nappo avisa que o fornecedor direto pode, inclusive, avisar o indireto sobre eventuais irregularidades e, a partir daí, ele será encaminhado para um dos "Escritórios Verdes" da JBS, "que prestam assessoria jurídica e ambiental gratuita para estimular a regularização da cadeia pecuária", informa. Atualmente, a JBS dispõe de 13 desses escritórios no País.

Além do otimismo com a Plataforma Pecuária Transparente, o diretor de Sustentabilidade da JBS comenta que a antecipação do prazo para os quatro biomas - Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica e Pantanal - está lastreada também "no compromisso que a empresa tem com a agenda da sustentabilidade". E reforça: "Acho que nunca foi tão claro para o setor que a JBS está comprometida com esta questão". A segunda questão, conforme ele, é a tecnológica, "fundamental e importante" para conseguir rastrear a cadeia, preservando e mantendo a confidencialidade das informações. "E o mais importante é o engajamento da JBS com seus fornecedores de gado." Nappo diz que outro motivo de a JBS ter antecipado seu compromisso para esses biomas é que havia demanda por parte dos pecuaristas daqueles quatro biomas. "Esta ferramenta, no fim, traz um empoderamento do nosso fornecedor de gado, porque lhe permite analisar os seus próprios fornecedores e ver se eles estão de acordo com o que o nosso fornecedor já tem de cumprir."

Nappo assinala, porém, que, de 2021 até 2025, a adesão à Plataforma Pecuária Transparente é voluntária. "A partir de 2026 será obrigatória para o pecuarista que quiser fornecer gado para a JBS." Ele informa, ainda, que o acesso à plataforma se dá por meio de login e senha e que é gratuito. "Mas a ideia é que, ao longo desses cinco anos, a gente avance na identificação dos fornecedores e também dos indiretos com passivos ambientais", comenta. "Esperamos que, nesse período, possamos corrigir grande parte dos problemas ambientais na nossa cadeia, passando a 2026 com uma cadeia produtiva mais transparente e sustentável."

Contato: tania.rabello@estadao.com
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