Economia & Mercados
22/09/2020 10:38

Inda/Loureiro: se usinas aumentarem preços, com estoques atuais, teremos de repassar


Por Matheus Piovesana

São Paulo, 22/09/2020 - Diante da baixa dos estoques da rede de distribuição de aço no País, novos aumentos de preço por parte das siderúrgicas terão de ser repassados aos clientes industriais. A afirmação é de Carlos Loureiro, presidente do Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço (Inda), durante coletiva para apresentar os dados referentes a agosto dos associados à entidade.

"A rede de distribuição é que nem o posto de gasolina. Temos pouca ação com o aumento de preços", disse ele. "Ele é dado pela usina e somos obrigados a repassar, agora principalmente, com esse nível de estoques. Qualquer aumento de preço, a rede é obrigada a repassar." De acordo com o Inda, diante da produção ainda reduzida por parte das usinas, os estoques da rede de distribuição caíram a 2 meses de giro em agosto, abaixo da média histórica.

Loureiro, porém, considerou que a forte demanda ainda tende a sustentar as compras por parte de setores como o de construção civil, reduzindo o impacto dos reajustes sobre o ritmo de vendas dos distribuidores neste momento. "Se houver esse aumento, isso não deve segurar o aumento do consumo, mas pode influenciar os índices de inflação."

O presidente do Inda afirmou, no entanto, que essa alta é temporária. Ele lembra que no segundo trimestre, com o impacto da pandemia da covid-19 sobre a economia brasileira, muitas indústrias deixaram de comprar aço para preservar caixa, e as siderúrgicas reduziram sua capacidade de produção, abafando altos-fornos, por exemplo. Agora, com a volta às compras dos clientes, as usinas estão religando a capacidade, mas o processo é lento, e por isso, falta aço no mercado.

"Tudo leva a crer que essa dificuldade de oferta esteja sanada entre novembro e dezembro", pontuou. "Todo mundo está correndo para refazer os estoques. Estamos em uma fase de consumo aparente muito maior do que o real. Quando isso se acalmar e as usinas estiverem fornecendo, teremos o mercado de novo equilibrado. Em janeiro e fevereiro, vemos uma sobra de capacidade nas usinas."

Contato: matheus.piovesana@estadao.com
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