Economia & Mercados
24/11/2021 14:23

Campos Neto: Não acreditamos que impacto de aperto monetário nos EUA será tão grande


Por Eduardo Laguna e Thaís Barcellos

São Paulo e Brasília, 24/11/2021 - O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, comentou hoje que a retirada de estímulos monetários nos Estados Unidos não deve provocar impacto relevante nas decisões sobre juros no Brasil, onde o avanço da inflação tem motivos particulares.

Durante evento do Bank of America, Campos Neto disse ver pressão para dois ou três movimentos de alta dos juros nos Estados Unidos. Se as decisões do Federal Reserve estiverem em linha com esse padrão, projetou, o impacto no Brasil será limitado. Da mesma forma, minimizou potenciais impactos adicionais em economias emergentes vindos do enxugamento da liquidez internacional e da normalização de taxas de juros no mundo, um processo que, em sua visão, será mais persistente.

Campos Neto citou o ceticismo do mercado em relação à capacidade de o Brasil crescer mais de 2% ao ano de forma sustentável como um dos motivos por trás do prêmio de risco cobrado pelos agentes no financiamento da dívida pública. Ele reiterou, assim, que o País ainda tem muitas reformas a serem realizadas.

Outra pressão sobre os prêmios de risco, acrescentou, vem da percepção de risco na gestão das contas públicas, dada a flexibilização no arcabouço fiscal. De acordo com o presidente do BC, o conceito da regra do teto mudou pela necessidade de o governo ampliar gastos diante de um momento extraordinário como a pandemia.

Contatos: eduardo.laguna@estadao.com; thais.barcellos@estadao.com
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