Rio, 14/08/2018 - O crescimento da rede de clientes (bares, restaurantes e supermercados que vendem suas bebidas) contribuiu para que a Ambev apresentasse bom resultado operacional no segundo trimestre, afirmou há pouco o presidente da companhia, Bernardo Paiva. Conforme os resultados divulgados mês passado, a Ambev registrou lucro líquido de R$ 2,32 bilhões, alta de 15,1% em relação ao segundo trimestre de 2017.
Os dados foram bem recebidos por analistas de mercado, que ressaltaram os resultados acima do esperado tanto na venda de cervejas quanto na de refrigerantes. No dia da divulgação, o papel ordinário da companhia fechou em alta de 5,24%, a R$ 19,89. Um dos motivos que levaram ao ânimo dos investidores foi o fato de a empresa ter ganhado 1 ponto porcentual de participação no setor de cervejas, na estimativa de relatório do BTG Pactual.
Segundo Paiva, nos anos da recessão, a Ambev seguiu expandindo sua rede de clientes, que atingiu o pico histórico em 2017, com o recorde sendo renovado a cada trimestre que se seguia. O trabalho começou a ser implementado há anos.
"A gente já começa a colher os frutos de coisas de longo prazo que plantamos lá atrás", afirmou Paiva, após participar, no Rio, do lançamento da plataforma digital do Academia da Boa, iniciativa voltada para a formação de garçons e garçonetes para os pontos de venda.
O executivo reforçou o foco da Ambev no longo prazo. "A gente é uma companhia que está aqui há 100 anos e quer continuar por mais 100 anos. Ter pensamento de médio e longo prazo é fundamental para ter sucesso. Por isso, a gente é dono, não investe para dar resultado no trimestre ou no ano", disse Paiva.
O presidente da Ambev evitou fazer comentários sobre o tabelamento do frete, iniciativa adotada pelo governo federal após a greve dos caminhoneiros, no fim de maio. Segundo Paiva, a companhia segue acompanhando o caso. O executivo também evitou responder se há clima de insegurança jurídica no ambiente de negócios brasileiro.
"O Brasil é um país excepcional. A gente tem tudo para crescer ainda mais. Estamos aqui há 100 anos. Sabemos operar neste ambiente, às vezes mais amigável, às vezes mais hostil. E temos visão de longo prazo. Obviamente, qualquer país que tem uma segurança jurídica maior, uma previsibilidade maior, vai atrair mais investimentos. É uma regra de bom senso", disse Paiva. (Vinicius Neder - vinicius.neder@estadao.com)
