Por Marcelo Mota
São Paulo, 13/07/2021 - O open banking entra na segunda fase nesta quinta-feira, 15, mas o intercâmbio de informações de correntistas trafegando entre instituições não deve ganhar escala antes de 2022, na visão do chefe de Produtos Digitais da XP, Bruno Guarnieri. Desincumbida dessa fase, que só vale para os bancos mais tradicionais, a XP, ainda que considere ter "tudo a ver com o open banking", vai escolher cuidadosamente o momento certo de aderir, com calma.
"Não acredito em nada em escala ainda neste ano", afirmou Guarnieri em entrevista a jornalistas, após evento online realizado pela XP com o diretor de Regulação do Banco Central, Otávio Damaso. "Isso passa por educação do público, por apetite do sistema financeiro", enumerou ele, lembrando também que, dadas as idiossincrasias do sistema brasileiro, sequer exemplo externo é possível emular.
Ele, porém, ressalta que a XP tem um perfil já bem adaptado ao ecossistema competitivo que se criará com o open banking. "Queremos 'disruptar', essa é a nossa história, então vamos usar isso."
"Daqui a três ou cinco anos, nós queremos ser a primeira marca na cabeça do cliente para resolver os problemas dele", disse o presidente do Banco XP, José Berenguer. "A gente quer ser a melhor opção, a opção numero um dos clientes quando pensarem em fazer qualquer coisa no seu dia a dia financeiro."
Segundo Berenguer, aquelas instituições às quais o cliente conceda acesso a todas as suas informações financeiras, hoje espalhadas pelo sistema, serão capazes de desenvolver produtos mais bem acabados e personalizados. "O crédito, por exemplo, vai ser mais assertivo. Com isso, a inadimplência vai ser menor e a tendência é que o preço caia também."
Segundo o responsável para o tema na XP, Leonardo Medeiros, parcerias vão ajudar a construir a uma experiência de qualidade para o cliente da casa, enquanto a XP não adere ao open banking. "O nosso cliente pode esperar sim impacto na jornada completa, desde onboarding até gestão financeira do dia a dia."
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