Política
15/06/2020 11:56

Prisão de Sara Winter ocupa as cinco primeiras posições dos trending topics do Twitter


Por Gabriel Caldeira

São Paulo, 15/06/2020 - O mandado de prisão preventiva cumprido pela Polícia Federal contra a militante bolsonarista Sara Winter é o assunto mais comentado do Twitter brasileiro nesta segunda-feira. Até as 11h da manhã de hoje (15), a prisão de Winter ocupava as cinco primeiras posições dos trending topics da rede social.

Entre autoridades políticas, a prisão de Winter e de outras cinco pessoas ligadas ao grupo "300 do Brasil" dividiu opiniões dos que são da base de apoio de Bolsonaro e daqueles que fazem parte da oposição ao governo federal. Para o deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP), a ação da PF "colocou fascistas no seu devido lugar". Do outro lado do espectro político, a também deputada Carla Zambelli (PSL-SP) questionou: "Corro o risco de ser presa também?".

O ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro, desafeto recente de Bolsonaro após sair do governo acusando o presidente de tentar interferir no comando da PF, também se posicionou a favor da prisão. "A prisão de radicais que, a pretexto de criticar o STF, ameaçam explicitamente a instituição e seus ministros, é correta. A liberdade de expressão protege opiniões, mas não ameaças e crimes. O debate público pode ser veemente, mas não criminoso", escreveu Moro no Twitter.

A rede social ainda registrou um movimento de apoio a Sara Winter. Por meio da hashtag #Saralivre, apoiadores da ativista pediram sua soltura. No último sábado (13), cerca de 20 integrantes do grupo "300 do Brasil", liderado por Winter, atiraram fogos de artifício em direção à sede do Supremo Tribunal Federal (STF) em Brasília. Um dos autores do ataque, Renan da Silva Sena, foi preso pela Polícia Civil do Distrito Federal na tarde de ontem (14). Winter e Sena são ex-assessores do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, comandado por Damares Alves.

A prisão preventiva de Winter foi autorizada pelo ministro do STF e relator do inquérito que investiga a produção de fake news contra membros da Corte, Alexandre de Moraes. A decisão do ministro atende a pedido do Ministério Público Federal (MPF) feito na sexta-feira (12), a partir de indícios de que o grupo liderado pela militante está organizando e captando recursos financeiros para ações que se enquadram na Lei de Segurança Nacional (Lei 7.170/1983).

Contato: gabriel.caldeira@estadao.com
Para ver esta notícia sem o delay assine o Broadcast Político e veja todos os conteúdos em tempo real.

Copyright © 2024 - Todos os direitos reservados para o Grupo Estado.

As notícias e cotações deste site possuem delay de 15 minutos.
Termos de uso