Política
15/01/2019 12:57

Davos/Borge Brende: Bolsonaro deve construir pontes entre forças políticas, unificar o País


Genebra, 15/01/2018 - O Fórum Econômico Mundial alerta que o presidente Jair Bolsonaro tem um primeiro grande desafio: unificar o Brasil, depois de um processo eleitoral tenso. Respondendo a uma pergunta do Estadão/Broadcast, o presidente do evento, Borge Brende, deixou claro que o desafio maior do novo governo é, acima de tudo, político. Davos vai querer saber como Bolsonaro fará para superar as divisões no País.

"Estamos esperando para sua primeira aparição num plano global", disse Brende, que já foi ministro de Relações Exteriores da Noruega. "Ele deve construir pontes entre as diferentes forças políticas, unificar o País", insistiu o executivo durante a apresentação oficial do programa do evento, em Genebra.

Davos será a estreia internacional de Bolsonaro. A delegação brasileira viaja dia 21 e ainda é composta pelo filho do presidente e deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP); pelo chanceler Ernesto Araújo; pelo ministro da Fazenda, Paulo Guedes; e pelo ministro da Justiça, Sergio Moro.

Segundo o presidente do encontro, Bolsonaro apresentou um programa "ambicioso" de combate à corrupção e espera que sua equipe econômica possa dar "detalhes" do que ocorrerá no País em 2019 aos principais executivos do mundo. "As empresas vão querer saber mais detalhes", explicou.

Ao presidente Bolsonaro, Davos reservou um palco exclusivo para que o brasileiro faça sua alocução, provavelmente na terça-feira. Mas, por incertezas no programa diante da ausência de Donald Trump e outros líderes, o evento com Bolsonaro ainda não aparece na agenda oficial de Davos. Os organizadores, porém, insistem que o presidente brasileiro terá seu espaço.

O presidente ainda participará de um jantar organizado pelo Fórum, mas fora do centro de conferências. Ali, vai debater o "futuro da América Latina" em termos de revolução tecnológica com o CEO da Microsoft, Satya Nadella; com o presidente da Costa Rica, Carlos Alvarado Quesada; Ivan Duque, da Colômbia; Lenin Moreno, do Equador; e o peruano Martin Alberto Vizcarra. "Como a América Latina pode abraçar as oportunidades da tecnologia", questiona o Fórum, como tema central do encontro.

Bolsonaro, porém, ficará de fora de um debate organizado na sala principal de Davos entre os presidentes do Paraguai, Costa Rica, Colômbia, Equador e Peru. Sob o título de "um novo dia na América Latina", o encontro aponta que, em 2018, "mais de 400 milhões de latino-americanos escolheram seus novos líderes em oito países nas urnas". "Quais oportunidades e riscos estão adiante, enquanto um novo capítulo se abre na região?" questionam os organizadores.

O Fórum Econômico Mundial também estende o tapete vermelho para o ex-juiz e ministro da Justiça, Sérgio Moro. No dia 22 de janeiro, o ministro será um dos principais integrantes de um debate sobre "restaurar confiança e integridade". Ele divide o palco com a presidente da entidade Transparência Internacional, Delia Ferreira Rubio, e com o especialista suíço Mark Pieth.

"Níveis historicamente baixos de confiança entre acionistas estão no coração de muitos desafios políticos e econômicos no mundo", escreveu o Fórum. "Como empresários, governos e sociedade civil podem restaurar integridade e confiança em liderança?", questiona Davos. (Jamil Chade)
Para ver esta notícia sem o delay assine o Broadcast Político e veja todos os conteúdos em tempo real.

Copyright © 2024 - Todos os direitos reservados para o Grupo Estado.

As notícias e cotações deste site possuem delay de 15 minutos.
Termos de uso