Por Giordanna Neves
São Paulo, 26/05/2022 - O próximo presidente eleito terá que lidar com consequências de um ambiente político no qual atuam, hoje, quase três chefes de governo. A avaliação é do analista político da Tendências Consultoria Integrada e colunista do Broadcast Político, Rafael Cortez, na 16ª edição do Prêmio Broadcast Projeções e da 26ª edição do Prêmio Broadcast Analistas, organizados pela Agência Estado, de 2022.
De acordo com Cortez, o presidente Jair Bolsonaro (PL) abriu espaço para que presidentes da Câmara e do Senado ganhassem protagonismo e enfraquecessem o Executivo do ponto de vista político.
"Hoje a gente tem um equilíbrio no qual temos quase três chefes de governo: o presidente e o comandante das duas casas legislativas. Organizar um projeto coeso e que dure no tempo não é trivial", disse Cortez. "Isso vai custar caro para o próximo mandato, que possivelmente não vai herdar só essa conta do que temos assistido em 2022, mas vai herdar um cenário ainda muito polarizado".
O analista reforçou que o quadro econômico materializado no problema inflacionário será o grande obstáculo à reeleição de Bolsonaro. Entretanto, Cortez não descarta que o movimento dos atores políticos seja relevante no processo eleitoral. “Eu imagino que essa estabilização da polarização é explicada por esses fatores não econômicos, é o debate sobre valores, o debate sobre jogo democrático”, avaliou.
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